Lógica simples

O número de pessoas que tem aportado na Fronteira da Paz com a finalidade – na maior parte dos casos exclusiva – de comprar em Rivera, chega a ser impressionante. São milhares, especialmente nos finais de semana, quando ocupam praticamente todos os espaços de estacionamento e até mesmo os passeios no centro de Livramento e, óbvio, Rivera. Na verdade, não se tem dados estatísticos levantados com fundamentação científica sobre isso. Mesmo os cálculos embasados no movimento financeiro conhecido – se é que é possível – dos estabelecimentos de free shop de Rivera, não são de todo confiáveis, uma vez que não passam de estimativas daquilo que representa o número de turistas para os free shops de Rivera e, em menor escala (bem menor, diga-se de passagem), para alguns setores comerciais e de serviços de Livramento. Quem transita pelas ruas próximas ao centro comercial, especialmente a avenida Tamandaré e a João Pessoa, pode constatar a cada final de semana a grande quantidade de ônibus e vans de turismo que ficam estacionadas à espera de seus passageiros enquanto eles circulam pelas lojas da vizinha cidade. Outra característica: o grande número de turistas procurando locais onde possam utilizar sanitários, ou onde fazer um lanche. Não raras vezes, é comum encontrar famílias inteiras literalmente “acampadas” sobre o gramado da praça Internacional. A realidade é muito clara. Sant’Ana não se preparou para um movimento tão expressivo. Durante décadas falou-se e ainda se fala sobre potencialidades, mas pouco se evoluiu para a prática. Esforços têm sido realizados, é verdade, e são louváveis, porém, o município, por intermédio de suas representatividades, ainda não disse o que deseja. As oportunidades vêm passando, embora muitos argumentem que os turistas que vêm para a Fronteira simplesmente chegam com a finalidade de fazer compras, nada mais. Essa é uma assertiva válida, porém, vale salientar que é fundamental procurar descobrir quais são, então, as possibilidades de atrações para fazê-los permanecer. Antes de dizer “temos que fazer” ou “vamos fazer”, é preciso saber como e o que está sendo oferecido para ter qualidade total, nos mínimos detalhes. O turista, em seu discernimento, é magnânimo. Não gosta que seu roteiro seja interrompido, a menos que seja por algo que realmente valha a pena. Esse é o ponto. É fundamental oferecer-lhe, então, algo que valha muito a pena. Livramento tem maravilhas, sim. Tem esse algo que vale muito a pena, porém, é preciso fazer com que isso chegue ao turista, a partir do ponto mínimo, de informação direta. É incrível que até o presente momento ainda não exista uma central de recepção no Parque Internacional, destinada a atender os brasileiros que chegam, mesmo que seu objetivo seja apenas o de fazer compras. Acabam sendo recebidos por vendedores de cópias não autorizadas de CD’s e DVD’s, ou vendedores de meias, garrafas térmicas e, até pouco tempo atrás, até churrasquinho e wisky de origem no mínimo duvidosa. O ponto escolhido pelos turistas é o Parque Internacional, pela proximidade de seu objetivo, assim como o turista que vem para ficar alguns dias, prefere os hotéis mais próximos de Rivera. É a lógica. E contra a lógica não há argumento. Há, sim, a necessidade de facilitar as impressões para quem aqui chega, na tentativa de que volte e, se possível, permaneça.

 

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