Repetindo

No mesmo momento em que Sant’Ana do Livramento recebe a notícia de que o número de turistas em 2012 deverá ser superior em 20% a 2011, se o dólar – mesmo com a pequena suba registrada nas últimas semanas – continuar cotado assim, torna-se oportuno, também, pensar um pouco sobre o que se tem para oferecer aos visitantes. Aliás, nos últimos tempos, os eventos, independente do público a que se destinem e apesar de reconhecer-se que são importantes opções essenciais de lazer, divertimento, demonstração pública do talento de artistas da terra, movimentação comercial do mercado publicitário em pequena escala, enfim, ainda são neste rincão resultado apenas de bem-intencionadas iniciativas individuais, de alguns abnegados que ainda sonham com uma comunidade com vida cultural, esportiva, social, seja da área que for, mas que seja pujante. Nesse aspecto, nas atividades realizadas na Fronteira, há alguns quesitos que até podem ser considerados negativos, porém, a significativa maioria dos pontos é positiva, haja vista a real necessidade de lazer dos cidadãos e das famílias.

Há, principalmente, um ponto negativo que precisa ser revisto. A existência de um calendário de eventos no município e a infelizmente pequena interação de quem produz eventos e de quem consome eventos com essa programação. Não se busca apontar, aqui, a culpa de ninguém, mas é importante ressaltar que esse problema não é novo, não resulta da ação ou da falta de ação da Secretaria Municipal de Turismo, seja no governo que for. Vale observar que é um assunto complexo, pois remete a uma outra série de aspectos que precisam ser levados em consideração: eventos de concentração de público setorizados segmentam, dividem as frações de pessoas que desejam prestigiar, conforme a área ou bairro onde são realizados, atraindo, em primeira instância, os moradores. Óbvio que é ideal ter uma série de atrações, múltiplas opções de lazer, divertimento, porém, é preciso ponderar que isso deve ocorrer em uma realidade adequada. Quando há circulação de recursos é pertinente que opções espouquem na Fronteira, porém, em tempos de vacas magras, fica difícil – pelo que é possível ouvir – a concorrência.

Quem sabe não está na hora de envolver todos os segmentos, de forma mais efetiva, na elaboração de atividades que proporcionem lazer e cultura, tanto aos moradores, quanto aos visitantes que aportem na Fronteira da Paz?

A hora é de união, de ação conjunta, em benefício da cidade e da sociedade que queremos mostrar aos turistas que queremos atrair.

Há alguns anos, surgiu a ideia do PS, o Partido de Sant’Ana, com fulcro especificamente na necessidade veemente de serem deixadas de lado todas as vaidades pessoais e personalismos nas mais diversas áreas, empregando-se esforços coletivos concentrados na solução dos principais problemas e entraves de Livramento. Esse conceito vale, também, para a questão do turismo, que, exceto por valorosas ações individuais ou grupais (de setores específicos, como o turismo rural, por exemplo), está completamente posto de lado.

Daí, vem a necessidade do resgate conceitual, pois é sabida e notória a relevância social e econômica desse setor.

Afinal, é preciso perceber claramente que, embora Livramento ainda não tenha dito o que quer em termos de turismo, fica difícil deixar de constatar que Sant’Ana e Rivera, juntas, têm muito a oferecer e os limites são justamente a criatividade e a vontade em empreender.

Do contrário, qualquer pensamento de evolução estaria equivocado. Será que isso é repetitivo?

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