“O Senador Demóstenes Torres caiu no conto do telefone antigrampo da Nextel e falou demais, sem saber que estava sendo monitorado pela PF”. De um senador colega de bancada do parlamentar goiano

POUPANÇA VAI MUDAR

Já está decidido: o governo vai alterar os rendimentos da caderneta de poupança, mesmo que tal medida possa causar um desgaste político. Dois caminhos poderão ser adotados e tudo vai depender sobre qual deles o governo vai apostar para evitar o desconforto e da grita dos poupadores.

Na mesa do ministro da Fazenda Guido Mantega há uma minuta que poderá servir de texto central para uma Medida Provisória que poderá taxar os rendimentos de uma poupança acima de R$ 50 mil. Na mesma linha, um projeto de lei de autoria do deputado Siba Machado (PT-AC) foi apresentado no início deste mês.

Nas duas possibilidades – o PL ou a MP – o que o governo quer é impedir que grandes capitais migrem para a poupança com a queda progressiva da taxa Selic que deixará de ser atrativa para investidores em fundos de renda fixa.

Ficaria assim, caso seja aprovada a idéia de Brasília: a caderneta de poupança manteria os atuais rendimentos para os atuais poupadores, isto é, 6,17% ao ano, mais a variação da TR mensal.

Para os novos poupadores – aqueles que vão transferir recursos de outros investimentos para a poupança, ou mesmo uma conta nova para quem nunca poupou – todos os depósitos acima de R$ 50 mil serão taxados em 20% de seus rendimentos.

Como o governo pretende fixar a Selic em 8% ao ano até julho, a poupança, caso continue como está hoje, poderá atrair os investidores atuais em fundos de renda fixa e DI (investimentos em títulos pós-fixados, indexados à Selic).

Essa migração de investimentos não é interessante para o governo, já que os investidores em renda fixa e DIs são os principais financiadores da dívida pública brasileira que anda em torno de R$ 1,85 trilhão. As finanças brasileiras precisam desses investidores que ajudam a rolar essa dívida.

Ao mesmo tempo, o governo quer atrair investidores de longo prazo e não apenas os especuladores internacionais que trazem seu dinheiro apenas em busca de melhores taxas e não para investimentos produtivos que geram empregos e são fundamentais para o desenvolvimento nacional.

Encarar uma mudança na caderneta de poupança será um grande desafio para o governo de Dilma Rousseff, mas ela está disposta a enfrentá-lo, mesmo com todas as críticas que serão dirigidas ao governo. No mundo atual, ninguém paga tantos rendimentos para o capital especulativo.

JÁ ERA HORA

Não era tão difícil assim acabar com a ditadura perversa dos juros bancários no Brasil. Bastou o governo determinar que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica reduzissem seus juros aos seus correntistas para que a rede privada seguisse o mesmo caminho.

ATRASO

Mesmo pagando juros que nem agiotas cobram, os brasileiros com mais renda foram para o consumo e o Brasil cresceu. Já imaginaram se outros governos fizessem o que o atual fez 20 anos atrás?

CONVERSA FIADA (1)

Os juros ainda estão altos para a produção e para o crédito pessoal, mas já baixaram neste mês. Agora, é a vez de atacar os juros para cartões de crédito atrasados que andam na casa dos 240% anuais. São obscenos!

CONVERSA FIADA (2)

Os bancos alegam que os juros altos são pelo risco que correm com a inadimplência, como se todos os atrasos fossem calotes, quando, na maioria das vezes, são apertos momentâneos que se tornam eternos, exatamente pela voracidade bancária.

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