Incógnita florestal

Sustentabilidade ambiental. A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Esse conceito surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

A assimilação dele parece vir crescendo em força fora do meio ambientalista e militâncias.

Curioso!

Hoje, produtores rurais – e há exemplos aqui em Sant’Ana do Livramento – parecem muito mais preocupados com o legado que deixarão, em termos de ambiente, para seus filhos, netos e bisnetos do que, propriamente, os tradicionais batalhadores pela causa.

Há, no mínimo, a coerência de entendimento de que para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.

Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.

Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico.

O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível. Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados. Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades.

Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

Produção e trabalho são as necessidades do lado de cá.

E, felizmente, os entendimentos de convivência harmônica com o meio vem, realmente, tomando força de ações práticas.

Diante de tudo isto, está nas mãos da presidente Dilma Rousseff a decisão sobre o Código Florestal.

Polêmico, cheio de diferenças entre defensores de um e outro segmento social, mesmo com o Congresso nacional tendo tentado – com pouco êxito, diga-se de passagem – harmonizar os interesses sociais, é um regramento que deverá ser analisado pela primeira mandatária nacional.

De todos esses conceitos e pensamentos, fica a incógnita, sobre o que decidirá a presidente.

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