Servidores da Unipampa aderem à paralisação

Técnicos Administrativos da Universidade Federal do Pampa e parte dos professores paralisaram as atividades ontem, seguindo o movimento que ocorreu em todo o Brasil

As aulas, que estiveram suspensas ontem, devem voltar ao normal nesta quinta-feira, em Sant’Ana do Livramenrto

Os servidores federais que atuam junto às universidades em todo o Brasil paralisaram as atividades ontem, em uma manifestação contrária à política do governo federal, que não retomou as negociações da greve que durou cerca de três meses em 2010. Em Sant’Ana do Livramento, assim como em todos os dez campi da Universidade Federal do Pampa – Unipampa, técnicos administrativos e docentes estiveram lado a lado durante o dia, em adesão ao movimento. Ontem, a universidade, que possui na cidade estudantes matriculados em quatro cursos – Ciências Econômicas, Administração, Relações Internacionais e Gestão Pública – não teve aulas em nenhum dos seus turnos. A paralisação de 24 horas aconteceu em todo o País. Manifestações em vários Estados marcaram o “Dia Nacional de Lutas”, como é chamado pelos representantes do funcionalismo.

Na pauta de reivindicações, estão a reposição das perdas inflacionárias dos últimos dois anos, definição da data-base em 1º de maio, paridade entre trabalhadores ativos e aposentados, aumento do valor dos benefícios concedidos (vale- -transporte e auxílio-refeição) e a implantação de plano de carreira específico.

Os representantes do movimento dos servidores já haviam se reunido na última terça-feira com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. A proposta dos servidores de reajuste emergencial de 22,08% foi rejeitada pelo governo federal.

O governo quer discutir pautas salariais separadamente e não de maneira unificada, como querem os sindicalistas. “Essa manifestação acontece em uma data previamente escolhida pelos servidores. Aqui em Livramento, os técnicos decidiram pela paralisação na segunda-feira, e na terça-feira os docentes decidiram apoiar o movimento”, explicou o professor assistente Hector Soares. Os professores querem o cumprimento do acordo firmado no ano passado, que prevê a recomposição salarial de 4% e que não foi cumprido. As perdas já chegam a todos os servidores do ensino, na casa de 40%. Como o governo não cumpriu com a sua palavra, aderimos à paralisação”, explicou o professor Hector, que não descartou a possibilidade de ser pautado, em breve, um indicativo de greve. Para o professor Carlos Cespedes, foram encaminhados pedidos para instâncias superiores e até o momento não vieram respostas positivas. “O impacto desse reajuste de 4% para os docentes seria muito pequeno, o que significa afirmar que esse valor não será capaz de provocar nenhum surto inflacionário”, afirmou Cespedes.

De acordo com Jeferson da Luz Ferrón, Assitente em Administração da Unipampa em Livramento, a greve, que durou pouco mais de três meses em 2010, foi interrompida sem que o governo mantivesse a negociação. “Temos dois meses para que as coisas caminhem como os servidores querem. O funcionalismo pede 22% de reajuste linear e o governo já disse que não vai atender. A se manter assim, a tendência é que nos dias 9 e 10 ocorram novas paralisações para pressionar o governo. Ninguém quer greve, porque os prejuízos são maiores”, afirmou Jeferson Ferrón, ao afirmar que todos os técnicos da universidade, e alguns professores, paralisaram.

Atualmente, o campus da Unipampa em Livramento conta com aproximadamente 50 docentes e cerca de 20 técnicos.

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

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