Atenção inicial

As atenções já se voltam para as eleições municipais, mesmo que ainda não estejam definidos os candidatos e o conceito dos prés seja a prática utilizada até mesmo nas conversas informais. 2012 galga os dias e a tendência é de que a partir de junho/julho já sejam mais efetivos os panoramas e os cenários. Dia 7 de outubro – e parece uma data tão distante, mas vale observar que a primeira quinzena de abril já foi ultrapassada – é a data para cumprir com uma obrigação cívica e, ao mesmo tempo, com a função cidadã: comparecer às urnas e escolher aqueles que deverão legislar, fiscalizar e fazer cumprir as legislações, bem como o mandatário e equipe de governo para aplicar leis, gerar possibilidades de desenvolvimento, retribuir em serviços os tributos pagos pelos cidadãos, entre outras funções.

Claro que os reflexos dos acontecimentos nacionais repercutem significativamente nas opiniões das pessoas. Aliás, vale ressaltar que as resistências notadas nos eleitores, atualmente, apontam para decepção total com a toda a classe política – embora a definição seja ampla, pois independente de filiação partidária, uma relação de vizinhança, por exemplo, é uma relação política.

No cenário nacional, as notícias de roubos, falcatruas, rolos, corrupções, corruptos e corruptores, mau uso do dinheiro público, incompetência, má fé, entre uma série de outras características completamente negativas incitam a população a acreditar que existe apenas a má política. Entretanto, é preciso lembrar que cada eleição é uma oportunidade de separar o joio do trigo, da mesma forma que é uma ocasião em que se pode resgatar a honestidade ou, pelo menos, parte dela. Afinal de contas, é óbvio que não é a totalidade da política pública que é corrupta ou corruptora. Nem todos os agentes públicos são desonestos.

Que a política está infestada, é fato. Mas isso não significa que o cidadão deva se omitir, deixar que a infestação se torne completa a ponto de chegar ao irreversível. A cada espaço vago deixado por um cidadão de bem, cresce a má política. A cada omissão do homem e da mulher que dizem não se importar e detestar política, vibram os maus agentes, brindando com champanha francesa e fumando charutos cubanos legítimos, acesos com notas de US$ 100; tudo comprado com dinheiro público. Vibram esses corruptos corruptores, pois não tem quem lhes tolha o poder.

Talvez, do que é visto no cenário nacional, seja possível concluir que, cobrando e vigilante, o cidadão possa reduzir as incidências nos locais onde vive.

Talvez essa, doravante, seja a função do cidadão comum: limpar a política.

É um trabalho titânico, sem dúvidas, mas necessário, pois a democracia não merece tamanha desconsideração. Jovem como é no Brasil, a essência democrática não merece ser infestada de todo e dominada pelos maus políticos. Que a chama da civilidade incendeie os charutos caros fumados por bocas corruptas.

Que o vento da decência quebre as taças de cristal, arrancando-as das mãos que se locupletam do dinheiro da população. Que a firmeza da honestidade seja a afronta maior para fazer sucumbir os inimigos da legitimidade.

Por fim, isso somente se conseguirá se os decentes deste país unirem esforços em torno de armas eficazes.

A primeira delas, com plena convicção, é o voto.

A segunda é a percepção de que tudo começa no local onde se vive.

Ou seja, não existe uma escala de cima para baixo. Existe o papel de cada um.

 

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