Agentes da Polícia Federal deflagram operação-padrão nas cidades de fronteira

O presidente do Sinpef/RS, Paulo Paes, diretor da Fenapef, informa que haverá um trabalho de alerta à população

Agentes da Polícia Federal deflagram, nesta quinta-feira (19), uma operação-padrão em todo o País, com protestos em zonas de fronteira, como Sant’Ana do Livramento, e em aeroportos. No Rio Grande do Sul, o protesto ocorrerá pela manhã, em cidades como Bagé, Chuí, Jaguarão, Livramento, Santo Ângelo (postos de Porto Xavier e Porto Mauá), São Borja e Uruguaiana, e nas primeiras horas da tarde, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Segundo Paulo Paes, presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul – SINPEF/RS e diretor de Estratégia Sindical da Federação Nacional dos Policiais Federais – FENAPEF, o protesto serve para denunciar a falta de condições de trabalho e a precariedade de controle nesses locais, com crescente terceirização de atribuições de competência desses servidores.

Conforme a categoria, a população receberá panfletos explicativos sobre a fragilidade dos serviços de segurança.

A operação-padrão será marcada pela fiscalização da documentação e das bagagens de todos os passageiros que desembarcarem ou embarcarem no País. Segundo os policiais federais, o serviço deveria ser uma rotina, mas isso não acontece por falta de pessoal e de estrutura, sendo normalmente realizada uma amostragem.

Na próxima semana, deve ocorrer uma assembleia geral para decidir quais serão os próximos passos do movimento. “Caso não seja tomada nenhuma medida, há a disposição de deflagração de outras operações-padrões e, inclusive, de um movimento paredista”, destaca Paulo Paes.

Paulo Paes – Presidente do Sindicato dos Policiais Federais do RS

ENTREVISTA

A Plateia: O que vem motivando este tipo de operação, principalmente nas cidades de fronteira?

Paulo Paes: Os policiais federais estão denunciando a total falta de estrutura em zonas inóspitas e de difícil provimento, com carência de condições técnicas e de capital humano, o que dificulta o controle de entrada e saída de pessoas no Brasil. Também reivindicam a implantação de um adicional de fronteira para os que trabalham naqueles locais, como forma de incentivo e valorização profissional, evitando o êxodo atualmente registrado.

A Plateia: Que tipo de ações serão realizadas dentro da operação padrão?

Paulo Paes: Haverá um trabalho de alerta à população, com distribuição de panfleto explicativo sobre a fragilidade dos serviços de segurança, bem como a fiscalização da documentação e das bagagens de todos os passageiros que desembarcarem ou embarcarem nos aeroportos, e das pessoas e veículos que atravessarem as fronteiras do país. Tal serviço deveria ser uma rotina, entretanto, é realizado por amostragem. Hoje, a Polícia Federal tem 13 mil servidores, entre policiais e administrativos. Este número é insuficiente para o cumprimento de todas as suas atribuições, entre as quais: a emissão de passaportes; o policiamento de portos e aeroportos; e o controle e fiscalização de zonas fronteiriças.

A Plateia: O que são estas terceirizações em funções exclusivas da PF, que a categoria chama a atenção?

Paulo Paes: São empresas contratadas que passam a desempenhar funções exclusivas da Polícia Federal, como o controle de entrada e saída de passageiros em voos nacionais e internacionais, em especial a averiguação de documentos para identificação de procurados e impedidos, pela Justiça, de viajar.

A Plateia: A partir destas operações-padrões, quais serão os próximos passos do movimento, caso não obtenham o contraponto do Governo?

Paulo Paes: Estas operações-padrões fazem parte de um Estado de Mobilização de Greve, aprovado pelo movimento sindical dos policiais federais, até o cumprimento do protocolo de tratativas com o Ministério do Planejamento, que foi prorrogado até 31 de julho. Os policiais federais continuarão atentos, na expectativa de que o Governo Federal apresente propostas concretas para a reestruturação salarial da categoria e para o reaparelhamento dos portos, aeroportos e regiões fronteiriças, inclusive com o pagamento de um adicional para os servidores lotados nas fronteiras. Caso não seja tomada nenhuma medida, há a disposição de deflagração de outras operações-padrões e, inclusive, de um movimento paredista.

A Plateia: Especificamente na região de Fronteira, quais seriam as fragilidades verificadas pela categoria?

Paulo Paes: A principal fragilidade das regiões de fronteira é a falta de pessoal e de infraestrutura para o desempenho de um trabalho capaz de fazer frente ao contrabando de armas e de drogas, além de inibir a entrada ilegal de produtos piratas e contrabandeados.

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