Manifestantes bloqueiam BR pressionando governo Tarso

MST fez o bloqueio nas imediações do trevo de acesso ao Povinho do Armour, ontem pela manhã

A manhã foi de protestos na Rodovia Br-158, no trevo imediações do Porto Seco. Por volta de 11h, assentados e integrantes do MST e da Via Campesina, depois de terem ocupado a sede da coordenadoria regional da SDR em Livramento, realizaram bloqueio da Rodovia com a finalidade de pressionar o governo Tarso Genro, complementando a ação iniciada segunda-feira. Segundo a coordenação regional, o objetivo dessa mobilização é denunciar o aumento do que qualificam como repressão policial no Rio Grande do Sul. “O governo estadual fechou o Gabinete da Reforma Agrária, deixando os assentados e acampados sem interlocução no governo, e aumentando a repressão contra os trabalhadores”, afirma Cedenir de Oliveira, da coordenação estadual do MST, salientando que os conflitos de terra no Estado só terão fim com as desapropriações das fazendas Southall e Guerra.

As manifestações fazem parte do evento denominado pelo MST de Abril Vermelho, que também tem o objetivo de lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos pela Polícia Militar do Pará, em 1996.

Conforme a coordenação regional informou ontem, cerca de 2.400 assentados e acampados realizaram bloqueios de rodovias em Pedro Osório, Canguçu, Piratini, Hulha Negra, Tupanciretã, São Luiz Gonzaga, Nova Santa Rita e Viamão. Em Coqueiros do Sul, o MST realizou uma marcha. Já na cidade de São Gabriel ocorreram manifestações.

Massacre do Pará foi um dos temas da manifestação no bloqueio

Negociações

 

Após a segunda-feira de reuniões na capital, uma equipe da SDR foi deslocada de Porto Alegre para Livramento, com a finalidade de conversar com os manifestantes, capitaneada pelo diretor do Departamento de Infraestrutura Rural, Irrigação e Usos Múltiplos da Água (Dinfra, antigo DCM), Vilmar Galvão e do Departamento de Desenvolvimento Agrário (DDA). O foco do encontro foi a explanação de Galvão, que informou sobre a indisponibilidade de pessoal no Estado para operar o maquinário – utilizado para abertura de poços e bebedouros, bem como recuperação de estradas rurais. “Há uma carência de 19 funcionários. Existe uma série de questões, impedindo o deslocamento de gente para cá. Para deslocar, tem que pagar e o Estado não dispõe de recursos” – disse ele aos assentados. Galvão afirmou que todas as ações dependerão do convênio com a Prefeitura de Livramento. Informou que a municipalidade ofereceu 7 funcionários. “O nosso maior dilema com esse maquinário é, realmente, operadores” – informou.

As lideranças dos agricultores ponderaram sobre a necessidade de máquinas novas, previstas na renovação de frota já aprovada, bem como ressaltaram que a estiagem é um problema cíclico, que ocorre em sete, no mínimo, de cada dez anos, e há a necessidade emergencial de prevenir, evitando que as pessoas fiquem sem água para beber e para fornecer a seus animais.

Jocerlei dos Santos, da coordenadoria regional do MST, informou que um grupo foi até a Justiça Federal ontem, em ação alusiva ao Abril Vermelho.

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