Papel de todos

Apesar de o Governo Federal ter descentralizado as ações de controle das endemias e doenças infecciosas restritas a determinadas áreas, desde 2009, passando a fiscalização das ocorrências diretamente para a responsabilidade dos Estados, ainda existe um longo caminho a ser percorrido para garantir a tranquilidade que o País precisa em relação ao controle da dengue, por exemplo. Os agentes de saúde têm o papel de visitar as residências, monitorar as armadilhas e, principalmente, conscientizar a população sobre medidas de prevenção e os sintomas da doença. E é nesse ponto que talvez esteja localizada a principal ação coletiva contra a dengue: a atuação individualizada como parte de uma verdadeira rede de controle da proliferação.

As ações foram intensificadas em 2012. Até agora, o Estado já repassou R$ 2,4 milhões para 120 municípios em recursos extras. No auxílio às equipes municipais, 300 agentes qualificados pelo Governo Federal trabalham no Rio Grande do Sul, realizando o suporte técnico de combate ao mosquito da dengue, doenças de chagas e outras endemias nas 19 coordenadorias regionais de saúde. Conforme o perfil epidemiológico, cada regional tem um número de servidores descentralizados da Fundação Nacional de Saúde que apoiam os municípios. Mesmo assim, a participação de cada morador é essencial para evitar a dengue. Já se sabe que a fêmea do mosquito da dengue coloca o ovo próximo da água e em lugar protegido do sol. Todo programa oficial é sustentado na eliminação do inseto na fase larvária, justamente porque ele está em ambiente restrito e também porque é a fase em que se alimenta. O papel do agente é fundamental para o combate, assim como o da população em receber os profissionais durante as visitas, para identificação de possíveis criadouros. Recolher o lixo e virar os pratos de plantas são considerados controles eficazes de remoção do foco. Quando é encontra a larva, é realizada a coleta e enviada para o laboratório, para comprovar o foco da dengue ou a larva de outro inseto. No caso de dengue, o agente visita todas as casas em um raio de 300 metros da armadilha procurando algum foco. Caso encontre, este município passa a ser considerado como infestado e, se necessário, são utilizados caminhões inseticidasO trabalho da população é fundamental, assim como a consciência de que é preciso se tornar um agente da própria saúde. Sensibilizar a rede de assistência para que se pense em dengue é um objetivo da vigilância, já que a dengue é uma doença viral em que os sintomas são muito parecidos com os de outras. A população deve entender que não precisa ter o exame de dengue para ser tratado. O exame é importante para o controle da saúde pública, e de tratamento ambiental para evitar que outras pessoas contraiam a doença. A partir do momento em que o médico suspeita do diagnóstico, o primeiro passo é saber se não há mais pessoas com dengue na região. O trabalho baseia-se no entorno da residência e no controle do inseto na fase adulta, para que ele não passe o vírus para outras pessoas. Sabe-se que, atualmente, o Estado tem focos em 70 municípios, mas é importante que todas as demais localidades continuem trabalhando com armadilhas, monitoração quinzenal e principalmente o acompanhamento da população sobre a ocorrência ou não focos da doença.

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