Gastos com políticos

Gastos com políticos

Com a recente crise econômica que está alcançando a Europa em “cascata”, primeiro a Irlanda e depois sucessivamente Espanha, Grécia e agora a Itália, a população faz manifestações para que os políticos cortem seus próprios gastos. Os protestos mais recentes partem da Itália, onde o esbanjamento dos políticos e em especial dos parlamentares é abismal. Os Deputados e Senadores de Roma estão entre os mais bem pagos da Europa. O salário médio supera 140 mil dólares e os benefícios gratuitos, passam por moradia, passagens aéreas e outras mordomias, onde se incluem até os cortes de cabelo. Isso tudo para não falar das polpudas recompensas de uma assessoria técnica e parlamentar inchada, com um número excessivo de colaboradores. Muitos cargos. Como o governo Italiano está pedindo à população que suporte mais uma contingência de gastos que vai congelar o salário dos servidores públicos e afetar verba de grande demanda social, como a saúde e demais serviços públicos para diminuir o déficit público, começa a crescer o clamor para que também seja reduzido o custo da política. A autoridade Luigi Angeletti afirmou “os políticos precisam mostrar que sabem como cortar desperdícios, e custos excessivos”. É o retrato de uma situação que acontece não só na Europa mais em muitos outros países e no Brasil em especial. Aqui, o custo da estrutura política é demasiado e o processo padece de transparência, por maior que venha sendo a pressão da sociedade para efetivar o controle da atividade parlamentar. E é exatamente aí, no Parlamento, que reside uma das maiores fontes da corrupção que assola o País. O “mensalão” é a evidência que não tem como contestar. As emendas parlamentares e a forma nebulosa como são financiadas as campanhas políticas corroboram com uma situação de desperdício e interesse inaceitáveis. No Brasil também os parlamentares desfrutam de uma remuneração elevada, incluindo todas as vantagens. São “penduricalhos” que somados garantem aos deputados e senadores, uma das maiores remunerações do mundo. Talvez superiores a dos Americanos e Europeus que agora se está a criticar. Lamentavelmente, cada vez mais se apropriam do Estado como se privado fosse e o interesse público permanece à margem. Antes que as repercussões da grande crise Européia cheguem aqui, este tema do custo político poderia ser renovado. Com mais transparência. Explicitando efetivamente o quanto recebe cada parlamentar e a forma como comprova seus gastos. Suas aposentadorias e beneficiários e os demais interesses privados que cada um possui. E, se for o caso ainda revisar as remunerações a luz dos novos tempos. Neste momento, pelos episódios de corrupção que são apontados a todo um momento em aos níveis Federativos, cresce o desconforto e a descrença com a política. Cabe aqueles que ocupam espaço público, olhar para si, sua responsabilidade e o interesse público e tudo fazer para garantir a importância da política e do Estado neste momento de desafios globais. Na crise cresce a importância do Estado, mas ele também tem de fazer a sua parte.

Você pode gostar também de:

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.