Dose de realismo

Sempre que as dificuldades surgem e se mantêm como entraves ao desenvolvimento, uma comunidade pode e deve encontrar formas de combater diretamente seus efeitos, e sobretudo, vencê-las. Investir, ao contrário de encolher-se, deve ser o instrumento de resistência a qualquer crise, trabalhando para debelar as carências e buscando meios de proporcionar um mínimo de crescimento social, econômico, cultural, enfim, de qualidade de vida. As ações práticas serão com certeza os fatores determinantes para a superação da dificuldade econômico-financeira do município.

Ante a boa notícia de que foi finalizado o trâmite do projeto que poderá instituir comércio de free shop em Livramento, confirmada pelo deputado Frederico Antunes ontem, na RCC FM, é preciso formar convicção de que Livramento tem possibilidades. O problema, entretanto, não é somente externo. Também é interno a partir da constatação de que existem algumas pessoas e grupos de pessoas na cidade que mantém o raciocínio e o pensamento anti-progressista, no sentido Marxista da palavra. E é preciso transpor as barreiras que se interpõem entre a comunidade e o ideal de estrutura econômica, social, administrativa, desejados.

Não é pela palavra expressa com raiz na síndrome do “não vai dar certo”, ou mesmo do falar mal, do fazer a crítica pela crítica, que serão concretizadas as aspirações do conjunto da sociedade. É preciso que cada um dê mais importância ao coletivo, deixando um pouco de lado o individualismo que procura apenas aumentar o próprio ego, para que posições e decisões sejam tomadas no ponto nevrálgico.

Livramento precisa de soluções, não de paliativos. Pensamentos comuns, não de vaidades. A maioria dos problemas gerados pela crise econômica, que não é um privilégio local, e sim uma situação mundial, está sintetizada no ser humano. Sim.

Falta, na cidade, o trabalho, a remuneração pelo esforço. Daí vem a consequente falta de poder aquisitivo, a ausência de dignidade, as crises familiares, a pobreza, a miséria, a mendicância, entre uma série de outros problemas que forjam a realidade social indesejada que se verifica hoje.

Vem sendo registrada demonstração de confiança no potencial da cidade e da fronteira, efetivando uma possibilidade real, atestada pelo envolvimento de representantes de vários setores da sociedade, administrando-se em meios às muitas velhas – e novas, principalmente – dificuldades da economia. Mas ninguém imagina que essa luta vá ser um mar de tranquilidade.

E esse pé no chão é que se precisa para trabalhar com seriedade. Para investir é preciso acreditar, ter a convicção de que haverá uma resposta positiva, não sem antes perceber o que existe no mercado.

Sant’Ana tem condições plenas de oferecer uma resposta à altura do investimento feito, pois, mais do que esperança de um progresso coletivo, do desenvolvimento nos diversos setores, há em todos os residentes desta Fronteira da Paz, a forte e firme vontade de, participando ativamente do processo de construção de uma nova realidade, transformar positivamente o dia a dia e, sobretudo, trabalhar incessantemente pelos objetivos que embasam esta crença. Isso vale para todos os temas que estão em pauta hoje, não apenas pelo fato de este ser um ano eleitoral, mas, sobretudo também por isso, já que percebe-se claramente que a mudança deve abranger toda a sociedade, principalmente àqueles que vivem da cidade e sequer hesitam em afirmar que ela não tem futuro ou grosseiros pensamentos negativistas do gênero, propagando o cético raciocínio do pior ainda está por vir.

A esses, falta uma dose de realismo, com toda a certeza.

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