Nível de açúcar nas uvas registra índice histórico: 22,3 graus brix

 

Afranio Moraes Filho, da Almáden faz explanação ao grupo de colaboradores

A vinícola Almadén, do Miolo Wine Group, divulgou ontem o fechamento da safra 2012 e o comparativo com o ano anterior, registrando, pelo menos um índice inédito e histórico: 22,3 graus brix de açúcar. Segundo o gerente geral da indústria, Afranio Moares Filho, o fechamento da safra registrou um total produzido de 5. 874.967 quilos, contra 3.784.350 quilos. A média foi de 11, 1 toneladas por hectare, sendo 3.272.983 quilos de uvas tintas e 2.601.984 quilos de uvas brancas, sendo comercializados 114.440 quilos.

 

Afranio Moraes Filho considera que foi uma safra muito boa. “Não é uma supersafra pela quantidade colhida, mas pela qualidade é possível dizer que sim, pois poucas foram iguais a esta com frio no inverno e uma estiagem agora, no verão, no ciclo final” – analisa ele.

O teor de açúcar alcançado também foi excepcional. “Foi quase um recorde em açúcar produzido, daí, não precisa adicionar no vinho que sai daqui sem chaptalizar (adicionar açúcar para fermentação)” – observa.

Saiba Mais

Brix é uma escala numérica que mede a quantidade de compostos solúveis em uma solução de sacarose. A escala Brix é utilizada na indústria de alimentos para medir a quantidade aproximada de açúcares em sucos de fruta, vinhos e na indústria de açúcar. A escala de brix, criada por Adolf F. Brix (1798 – 1870), foi derivada originalmente da escala de Balling, recalculando a temperatura de referência de 15,5 °C. A quantidade de compostos solúveis corresponde ao total de todos os compostos dissolvidos em água, começando com açúcar, sal, proteínas, ácidos e etc, e os valores de leitura medido é a soma de todos eles. Uma solução de 25 °Bx tem 25 gramas do açúcar da sacarose por 100 gramas de líquido. Ou, para colocar de outra maneira, é 25 gramas do açúcar da sacarose e 75 gramas da água nos 100 gramas da solução. O instrumento usado para medir a concentração de soluções aquosas é o refratômetro.

Chaptalizar – adicionar açúcar para a fermentação

ENTREVISTA – Afranio Moraes Filho

A Plateia – Qual o entendimento da empresa na promoção de eventos para seus colaboradores?

Afranio – Na realidade, parece muito básico. Sem as pessoas aqui é um lugar bonito vazio, um monte de pipas abandonas e não tem razão de existir. O que faz acontecer, o que faz o vinhedo produzir são as pessoas. Então, elas precisam estar satisfeitas e contentes no ambiente de trabalho e não se preocupar com mais nada. Isso, na essência, é o que a gente quer: o colaborar satisfeito, ciente de que a empresa dá retaguarda para o mesmo executar seu trabalho . Isso é um princípio básico. Então os momentos de confraternização fazem parte desse contexto. Seja um Gre-Nal, um almoço, algumas diversões que o Sesi nos ajuda a fazer.

A Plateia – Qual a conotação principal dessa ferramenta de gestão?

Afranio - Claro que tem a conotação de comemoração, mas é mais para aproximação das pessoas, que vão se divertir, falar sobre outras coisas, conversar, conviver, ouvir música. É muito mais pelo convívio, vai aproximando às pessoas.É um contexto que estamos trabalhando há um bom tempo. Passam oito horas aqui, em casa talvez não fiquem 8 horas acordado. Não queremos ter ninguém por necessidade, elas precisam gostar do que fazem, trabalhar com uva e vinho não é tão sacrificante.

ENTREVISTA – Paulo Miolo

A Plateia – Em qual das etapas do processo mantém-se os gargalos no mercado dos vinhos?

Paulo Miolo – Olha, a safra aqui foi excelente, por vários fatores, como as condições climáticas, a partir de agora vem a questão principal, o gargalo: vender. Temos excelente produto, de alta qualidade, ano a ano vamos melhorando, mas o mercado registra duas questões de peso contra todas as indústrias nacionais. A primeira é a tributação, cujo ônus é muito alto. É oneroso para o produtor, que precisa de melhores políticas públicas, como o próprio setor como um todo necessita e para a indústria também, repercutindo, mais além, no consumidor. Outro ponto é a entrada no país dos vinhos, espumantes e frisantes importados, que independe de qualquer esforço de mercado. Entra a preço baixo, muitas vezes subsidiado no país de origem, concorrendo diretamente com um produto nacional que não tem subsídios ou incentivos, cujos fatores pagam tudo o que é legalmente instituído.

A Plateia – E a resposta do consumidor?

Paulo Miolo - O consumo nacional de vinhos está aumentando, pois o consumidor começa a perceber que o Brasil produz um vinho muito bom. As questões são: o consumidor deixará o vinho importado para trocar para o nacional. Admitamos que sim, mas quanto custará isso? A questão é preço. Não há como competir com esse desequilíbrio completo.

Almadén celebra fim da colheita e resultado

Elenice Pazetto, Fabricio Domingus, Paulo Miolo, Afranio Filho e os funcionários que combateram o fogo


 

Após o futebol, em que enfrentaram-se gremistas e colorados em um resultado de 4 a 4, com a presença do diretor do grupo Miolo, Paulo Miolo e outros convidados de Bento Gonçalves, foram realizadas as atividades de reconhecimento dos funcionários, dos safristas e especiais, a cargo de Elenice Pazetto, da área de Recursos Humanos da vinícola. Ela enfatizou a dedicação e o comprometimento dos vários grupos e turmas de trabalho, conforme as subdivisões adotadas pela empresa, destacando que foi possível um trabalho com resultado único. Além disso, fez menção àqueles cujos esforços transcenderam, como foi o caso da turma que trabalhou combatendo um sinistro ocorrido em um dos parreirais da Almadén, os quais entraram para a história da empresa com a designação de heróis.

José Augusto Osório, João de Deus e Valdencir Escobar de Oliveira, Fabrício , Elenice, Paulo Miolo e Afrânio

Um incêndio, nos dias 7 e 8 de janeiro de 2012 em um dos vinhedos, exigiu a pronta resposta dos colaboradores, que uniram esforços e enfrentaram o fogo. São eles Vinicius Cardoso Dutra, Claudio Teixeira, Carlos Eduardo Lorenzo, Adenilson Ocana, Eloir Rodrigues, Jonatas Pinto, Luis Ádrio, Everealdo Falero, Rufino, Ivalino Galón, Maurício Bonafé, Valdeir Lucas, Marco Antonio Menezes, Rodrigo da Cunha Leite, Luciano Nunes, Francisco Medeiros, Cleu Anaurelino Flores, Mario Ezildo, Celso Nazaré Gulart e Fabrício Domingues. Todos eles receberam um dos produtos e um diploma de reconhecimento pelo serviço de risco prestado.

A seguir foi feito o reconhecimento aos funcionários e safristas que foram destaques nesta safra. Eles receberam certificado e premiações em dinheiro.

Afranio Moraes Filho, Edson Inácio, Nilo Ribeiro, Roberto Cardozo e Paulo Miolo

Os melhores colhedores, entre os safristas, com destaque em produtividade foram Valdenir Escobar de Oliveira (Tibe), João de Deus e José Augusto Osório – que colheu 2.422 caixas, respectivamente em terceiro, segundo e primeiro lugares. Entre os funcionários, os melhores na colheita, com destaque em produtividade foram Edson Elias Garin Inácio, com 4.185 caixas colhidas – escolhido como o melhor colhedor; Nilo Borges Ribeiro, com 4.123 caixas e Roberto Clóvis Martins Cardoso, com 3.115 caixas, sendo o primeiro, segundo e terceiro lugares.

Após os agradecimentos e entrega dos certificados, foi realizado o almoço para todos os participantes. Elenice Pazetto, da área de RH, fez um agradecimento especial a todos os trabalhadores, salienando os trabalhadores temporários e enfatizando que foi realizada uma excelente seleção neste ano.

 

 

Bruno Carrion, que ingressou na Almadén há cerca de um ano, disse estar satisfeito com o reconhecimento e a valorização. “O trabalho cativa e tivemos um ano fantástico em todos os setores. Tenho a certeza de que vai continuar assim” – disse ele, acrescentando que eventos como o realizado pela empresa, servem para recordar idéias e experiências, estimular e valorizar as pessoas que estão trabalhando, possibilitando a elas conviver bem com suas colegas e reconhecer sua importância para a empresa, o funcionamento desta e os resultados que, efetivamente, ela será capaz de gerar.

 

fim

 

Vinicius Cardoso Dutra, com dois anos de empresa, disse que é uma forma de confraternização interessante para todos conviverem e comemorarem o dever cumprido. “A gente fica, por um lado, emocionado em ter um resultado assim, fruto de um trabalho intenso, que não depende só de nós, mas do clima, do sol e, por outro lado, também fica cheio de orgulho por ver que os resultados foram alcançados dentro daquilo que era esperado e, melhor, superando o que estava projetado” – explana o jovem colaborador. “Dá prá ficar orgulhoso, sim, pois fizemos a coisa certa” – conclui ele.

 

 

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