Mundo moderno

Outono. Começa a engrenar à vida pós férias. É a retomada de contatos com a tecnologia, como às redes sociais e programas de comunicação virtual, os quais, em muitas situações, servem como disseminadores de crimes, armadilhas para crianças, jovens e adultos. Com relação especificamente as crianças, é preciso sempre alertar. E refletir. Um dos principais temas para a reflexão seja o papel que os pais têm na garantia de um futuro para seus filhos. Cada cidadão, pelas informações que recebe, está a se questionar sobre os conceitos de liberdade e respeito com que devem ser criados os filhos, no mundo moderno.

O que deve ser respeito: atender a todas as vontades, confiar sem questionar, ou limitar, para proteger? E, nesse caso, até que ponto a limitação é proteção e a partir de onde passa a ser cerceamento do livre arbítrio?

Realmente, quem é pai deve passar poucas e boas na tentativa do autoconvencimento sobre o acerto da decisão tomada. A intensa violência, que hoje ronda todos os setores da nossa sociedade, é mero reflexo de uma liberdade confundida e quase sem freios que toma conta de uma juventude preocupada apenas em escolher o melhor tênis ao invés de escolher o melhor livro.

Parece uma tarefa simples essa de tentar achar culpados para os fatos, porém, em um sistema que pouco valoriza a educação e dá ampla divulgação à bestialidade, o lógico é que todos coloquem o dedo na moleira e assumam sua parcela de culpa.

De nada adianta chorar o leite derramado, pois há para tudo um tempo para que sejam feitos os consertos, o difícil é cada cidadão achar e entender dentro de si que esse tempo chegou e é agora. Ver pais chorando pelo desaparecimento precoce de seus filhos irá tornar-se algo natural, afinal de contas, o que antes via-se como absurdo, é hoje tratado com a mais absoluta naturalidade por todos.

Estamos vivendo em uma época em que acha-se tudo natural. É natural saber que jovens desmancham seus corpos em torneios relâmpago sobre suas motocicletas. É natural saber que jovens despedaçam seus corpos em brigas em locais que deveriam servir apenas como diversão, mas não passam de ringues disfarçados.

É natural saber que jovens entendem muito sobre drogas, porque certamente já experimentaram algum tipo. Mas é natural achar que o mundo em que vivemos deve ser exatamente assim?

Certamente os equívocos causados no passado refletem-se hoje nas barbaridades mostradas todos os dias pelos meios de comunicação. Até quando ficaremos apenas observando e consolando pais pela perda de seus filhos, e passaremos a pensar que nós também temos os nossos para começarmos a tomar alguma atitude que nos engrandeça e nos permita dormir tranquilos e conscientes do nosso papel na sociedade? Certamente ainda temos muito a aprender sobre pais e filhos e isso deve ser feito em um tempo em que somos as duas coisas.

 

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