Credibilidade

Deve ser no mínimo constrangedor para o titular da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana o envolvimento de seus agentes, responsáveis pela fiscalização do cumprimento da legislação de trânsito no município, terem se envolvido em uma situação vexatória como é a de ser presos e conduzidos para a Delegacia de Polícia com o inibidor acompanhamento do aparato ostensivo dos policiais. Somente esse fato já seria suficiente para obrigar o gestor a, no mínimo, determinar a realização de algum tipo de procedimento administrativo capaz de esclarecer tanto as circunstâncias em que ocorreu o polêmico caso quanto a real capacidade desses agentes de continuarem no exercício regular e satisfatório de suas atividades. Não se trata de transferir a responsabilidade para a parte mais fraca – no caso, os servidores, até porque eles serão devidamente responsabilizados por seus ações como cidadãos que possuem livre arbítro para escolher seus caminhos. Trata-se, ao contrário, de exigir que o gestor exerça seu papel de garantir para o setor público a necessária credibilidade para o exercício do papel fiscalizador.

Nesse aspecto, tem sim responsabilidade o Secretário Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, porque seus representantes perante os motoristas e pedestres de Livramento, que são os agentes de trânsito, ficam com uma imagem bastante prejudicada. Pior: tem obrigação o Secretário de investigar profundamente o manual referente ao comportamento do servidor público para só então concluir e afirmar que, “fora do horário de expediente”, ele pode fazer o que quiser de sua vida. Quer queira, quer não, o funcionário público não deixa de representar a imagem do órgão onde atua, como acontece aliás em qualquer outra profissão. E, ao adotar comportamento turvo, acaba comprometendo a imagem do serviço público como um todo. Pelo mau, pagam os bons. Não é a toa que tem imagem tão negativa o setor público perante grande parte da sociedade. O gestor público precisa mais do que ter ele próprio um comportamento reto, equilibrado e regrado na lei e na ética: tem obrigação também de velar para que seus subordinados respeitem o órgão onde atuam e, principalmente, respeitem o cidadão que paga seus salários, através dos impostos e taxas recolhidos.

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