Mulheres no comando: elas buscam voos cada vez mais altos

Grupo de mulheres que prestam serviço militar junto ao 7° RC Mec

A carreira militar abriu, definitivamente, as portas para as mulheres nas duas últimas décadas

Cada vez mais é notória a presença das mulheres em áreas consideradas, até então, exclusivamente masculinas. Hoje, elas estão no esporte, no futebol e automobilismo, ou nos cargos políticos, como a presidência da república – mais alto posto alcançado por uma mulher brasileira até o momento – e também nas forças armadas.

Aqui em Livramento, a situação não é diferente, a participação da mulher junto ao 7° Regimento de Cavalaria Mecanizado é cada vez mais significativa. Apesar delas ocuparem apenas postos administrativos, de relações públicas e na area da saúde, seu papel tem destaque e é de suma importância no bom andamento das atividades dentro do aquartelamento.

Atualmente, 11 mulheres ocupam postos que vão desde 3° sargento até oficiais de saúde.

Muitas delas seguiram a carreira por serem filhas de militar e, outras, por admiração à carreira de quem protege a pátria brasileira.

3° Sargento Katiane

Como a mulher tomou parte no exército brasileiro?

A primeira participação de uma mulher em combate ocorreu em 1823. Maria Quitéria de Jesus lutou pela manutenção da independência do Brasil, sendo considerada a primeira mulher a assentar praça em uma Unidade Militar. Entretanto, somente em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres oficialmente ingressaram no Exército Brasileiro.

Foram enviadas 73 enfermeiras, 67 delas enfermeiras hospitalares e 6 especialistas em transporte aéreo. Elas serviram em quatro diferentes hospitais do exército norte-americano, todas se voluntariaram para a missão e foram as primeiras mulheres a ingressar no serviço ativo das forças armadas brasileiras.

Após a Guerra, assim como o restante da FEB, as enfermeiras, em sua maioria foram condecoradas, ganharam a patente de oficial e licenciadas do serviço ativo militar.

Em 1992, a Escola de Administração do Exército (Salvador – BA) matriculou a primeira turma de 49 mulheres, mediante a realização de concurso público. E, em 1996, Maria Quitéria de Jesus, a Paladina de Independência, foi reconhecida, na fileiras do Exército, como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

O Exército instituiu o Serviço Militar Feminino Voluntário para Médicas, Dentistas, Farmacêuticas, Veterinárias e Enfermeiras de nível superior (MFDV) em 1996. Naquela oportunidade, incorporou a primeira turma de 290 mulheres voluntárias para prestarem o serviço militar na área de saúde. Essa incorporação ocorreu em todas as doze Regiões Militares do País. O Instituto Militar de Engenharia – IME (Rio de Janeiro – RJ) em 1997, matriculou a primeira turma de 10 mulheres alunas, a serem incluídas no Quadro de Engenheiros Militares (QEM). A Escola de Saúde do Exército – EsSEx (Rio de Janeiro -RJ) matriculou e formou, no mesmo ano, a primeira turma de oficiais médicas, dentistas, farmacêuticas, veterinárias e enfermeiras de nível superior, no Quadro de Saúde do Exército. No ano de 1998, o Exército instituiu o Estágio de Serviço Técnico, para profissionais de nível superior que não sejam da área de saúde. Naquela oportunidade, incorporou a primeira turma de 519 mulheres advogadas, administradoras de empresas, contadoras, professoras, analistas de sistemas, engenheiras, arquitetas, jornalistas, entre outras áreas de ciências humanas e exatas, atendendo às necessidades de Oficial Técnico Temporário (OTT) da Instituição.

A Escola de Saúde do Exército em 2001, permitiu a inscrição de mulheres para participar do concurso público para o preenchimento de vagas no Curso de Sargento de Saúde que passou a funcionar em 2002.

Tenente Cândida

Para alcançar um sonho pessoal

A 3° Sargento Katiane relatou que ingressou no serviço militar por dois motivos: para realizar um sonho de infância pessoal e também de sua família. Ela conta que já havia passado em um concurso da aeronáutica, porém foi reprovada em um exame físico. “Resolvi ingressar no exército como técnica em administração, sou formada pela UFSM e agora estou terminando a faculdade de administração e estou aqui para contribuir, na área de meu conhecimento para o exército brasileiro”, destaca. Sobre a sua expectativa pelo serviço militar, Katiane destacou que realmente encontrou o que esperava dentro da carreira. Natural de Santa Maria, ela pretende concluir seus sete anos de serviço militar e se preparar para um formação de militar de carreira, na EsaEx. Para tanto, ela destacou estar vindo em um ritmo acelerado de estudos, pois são oferecidas somente 1o vagas por ano. Sobre a família, ela destacou “ser militar 24 horas por dia, e o que sobra é para a família”, completa.

Por influência da família

A tenente Cândida optou pela carreira por ser filha de militar e conviver diariamente com a rotina de ter estudado em um colégio militar. “Eu me formei e acabei procurando, por achar uma carreira interessante. Para mim, já é uma coisa mais natural. Meu marido também é militar e isso pesou na minha decisão. Já havia servido aqui no 7° RC Mec por quatro anos e agora estou de volta, desde o mês passado”, relata. Para ela, cada local que a pessoa trabalha é uma experiência diferente. Já trabalhou em hospital, em quartel adinistrativo e agora em regimento de cavalaria. “Acho que tudo conta para o crescimento pessoal”, finaliza a tenente Candida.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.