Coletivo x individual

Os conflitos são parte da realidade. Sem eles, talvez fosse chato viver… A mesmice nunca é agradável. Somos movidos pelo novo, por aquilo que nos provoca, nos faz sair do lugar, move nossos olhos em alguma direção. E em alguns momentos somos colocados diante de determinadas situações que testam nossas capacidades.

É aí que sabemos nossas potencialidades, o que podemos ou não fazer. Recuar, agir, ter cautela, ter perspicácia. As ações se misturam à medida de nossas percepções. E o que fazer? Qual a melhor atitude? Tudo depende de cada um, porque somos diferentes, porém, ao mesmo tempo iguais. É por este motivo que devemos pensar sempre no todo. Não vivemos isolados, mas, de outro modo, integrados.

Muitas são as distâncias que nos separam uns dos outros. Distâncias afetivas, de desejos, de intenções, ou mesmo territoriais. Sim, porque vivemos em um mesmo terreno, mas as colméias humanas, chamadas pelos humanos de cidades, estão há alguns quilômetros umas das outras. O fato é que é preciso pensar no todo. Não vivemos sozinhos, no máximo, nos escondemos na solidão como forma de fugir desse cotidiano turbulento que, claro, aprendemos a conviver com ele.

Nem por isso devemos satisfazer-nos com tudo isto. Precisamos agir. Para cada coisa, uma solução; para cada problema, uma saída. Entretanto, o coletivo, infelizmente, é esquecido, e o individual realçado nesta sociedade dita global em que consumir é o mais importante.

É preciso valorizar as nossas questões; aquilo que realmente importa. Um exemplo claro disso é a polêmica em torno do carnaval internacional na fronteira. Há os que gostam, que querem participar, que sentem prazer em integrar uma escola de samba, em desfilar em um belo espetáculo de cores, sons, animação, enfim. E, principalmente, que sabem a importância desse evento como parte das muitas atrações que a fronteira pode oferecer aos visitantes de diversas partes do Estado e principalmente do Uruguai. Mas também há aqueles que não têm essa visão e que não titubeiam em manifestar publicamente – com todo direito, é verdade – seu desagrado em relação aos efeitos da festa, por causa do som dos ensaios, da aglomeração de público, do consumo de bebidas, entre outros. Trata-se evidentemente do direito ao silêncio, à tranquilidade. Mas também do direito à manifestação cultural, à diversão coletiva, à alegria popular – e também aos empregos, ainda que temporários, que essa festa proporciona.

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