“A primeira virtude de um homem público é a coragem, Só depois virão as outras. Sem coragem, ele jamais conseguirá cumprir seu dever”. Ulisses Guimarães, quando liderava a oposição ao regime militar

ADOÇÕES NO BRASIL

O juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), Nicolau Lupianhes, é o coordenador do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e em recente entrevista mostrou as vantagens deste Cadastro para facilitar o encontro entre pessoas que querem adotar uma criança e os órfãos disponíveis. O CNA possibilita o cruzamento de informações de diversas partes do Brasil.

Adotar uma criança pela legislação atual não é apenas um desejo de casais e muito menos uma tarefa fácil. O CNA vai diretamente ao encontro desse anseio, acabando com a burocracia. Antes, as pessoas interessadas precisavam se inscrever na comarca do município em que residem. Se nessa localidade não houvesse crianças disponíveis, os pretendentes tinham que se dirigir a outra cidade e iniciar um novo processo.

O juiz Nicolau Lupianhes garante que agora, ” a possibilidade de adoção passou a ser nacional com o CNA, bastando o cruzamento de informações armazenadas no banco de dados “. O CNA que acabar com a burocracia e reduzir o número de crianças e adolescentes que buscam uma família em todo o Brasil.

No caso gaúcho, o CNA registra 796 crianças e adolescentes disponíveis para a adoção e 4.271 famílias pretendentes. São Paulo é o estado com o maior número de crianças inscritas (1.266) esperando por novos pais também registrados no CNA em maior quantidade (7.353 casais).

Mesmo assim há casos difíceis e ainda envoltos numa burocracia que provoca a desistência de muitos casais. O relato abaixo é um deles, feito professor Luiz Alberto Silveira Mairess, de São Borja.

A DEMORA

“Aqui em São Borja já vou para mais de dois anos num processo de adoção de uma menina que já moro com minha família há mais de três anos. Não imaginas a dificuldade que tal demora nos causa. Enquanto a adoção não sai, não posso incluí-la na declaração do IR; tenho que recorrer a médicos e dentistas particulares, pois aela não tem direito do IPE”.

OBSTÁCULOS

“Tenho que pagar advogados quando deveria haver algum estímulo e não obstáculos para uma adoção. Nós já temos quatro filhos biológicos e pretendíamos adotar mais duas crianças, mas foram tantos obstáculos que desistimos”.

A DESISTÊNCIA

“Iniciamos tratativas para adotar um menino de um ano de idade, o qual já estava ligado afetivamente a nós, pois a mãe, que não quer a criança, quase que diariamente deixava a mesma em minha casa. Por causa da burocracia, mudamos de idéia totalmente. Doeu no coração dispensar o menino e pedir para a mãe que não o trouxesse mais em nossa casa”.

DESABAFO

“Se o Poder Judiciário não consegue ser eficiente num simples processo de adoção, como esperar que possam enfrentar o crime organizado, o tráfico de drogas e os “mensalões” que andam por aí à solta? Mas este é o Brasil e tem gente que se orgulha de ser brasileiro. Adoção para nós, nunca mais.”

PANOS QUENTES

O ministro Gilberto Carvalho, secretário geral da Presidência da República, esteve reunido com a bancada evangélica do Congresso Nacional e deu explicações sobre suas declarações no Fórum Social, em Porto Alegre, quando teria sugerido a criação de uma rede de televisão destinada a combater aquele segmento religioso.

NEGOU TUDO

Gilberto Carvalho negou tais declarações na reunião, qualificando-as de “absurdas e ilegais”. Os parlamentares da bancada evangélica aceitaram as desculpas de Carvalho, mas tudo indica que se rompeu o elo de confiança existente até então com o ministro e já se fala num novo interlocutor entre o governo e a bancada.

FOI AO VATICANO

O ministro Gilberto Carvalho está na Cidade do Vaticano e lá vai passar o período do Carnaval. Com tudo pago, Carvalho representará o governo na consagração de Dom João Braz de Aviz, como cardeal. Carvalho é ex-seminarista e muito ligado à Igreja Católica.

 

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