“Será que o ano só começa depois do Carnaval?” Romário, deputado federal pelo PSB/RJ, descobrindo Brasília

OS 17 INOMINÁVEIS

Durante um período da guerra interna uruguaia (Tupamaros x Forças Armadas), o então presidente Jorge Pacheco Areco baixou um decreto proibindo a imprensa nacional de citar o Movimento Nacional de Libertação – Tupamaros. Para os leitores dos jornais uruguaios os Tupamaros não existiam, mas lá estavam as ações de guerrilha urbana de “Los Imnombrables”. Hoje, o presidente do país é um “ex-imnombrable”, José Pepe Mujica.

Hoje, 40 anos depois, o RS tem os seus inomináveis. São 17 pessoas citadas no relatório da Comissão Processante da PGE que investigou o DAER, cujos nomes encontram-se sob um sigilo discutível, determinado pela Presidência da Assembléia, guardados num cofre. A Assembléia Legislativa sabe a identidade dos inomináveis e outros seis deputados tiveram acesso à lista, mas ninguém pode divulgá-los.

Um termo chamado de “silêncio obsequioso” é assinado pelo parlamentar que deseja conhecer quem são as 17 pessoas apontadas pela Comissão Processante como responsáveis por desmandos no DAER. “O termo é inconstitucional e a divulgação depende apenas do juízo de conveniência e oportunidade de cada parlamentar”, disse ao colunista o desembargador Irineu Mariani ao ser provocado pelo tema.

A proposta de se conhecer os nomes apontados pela Comissão Processante surgiu aqui na coluna. Um deputado que não assinou o termo (mesmo sendo inconstitucional) poderia ficar sabendo da lista numa conversa de cafezinho. Com a relação dos nomes subiria na tribuna e faria um discurso citando-os sem qualquer quebra da lei, já que a tribuna, a serviço da sociedade, é o bastião inatingível do Parlamento também conhecido como imunidade parlamentar.

Nesta segunda-feira, o vereador Pedro Ruas (PSOL-POA) pediu acesso à lista e o mesmo foi negado sob o argumento de que o parlamentar porto-alegrense não tem representatividade na Assembléia. A negativa diz que “o relatório chegou à Assembléia com pedido de sigilo feito pela PGE e Secretaria de Infraestrutura, principalmente no que se refere aos nomes citados”.

O desembargador Irineu Mariani, com fina ironia, faz referência ao silêncio dos deputados e da própria Assembléia Legislativa: “Os deputados da revolucionária Assembléia Farroupilha estão declinando da imunidade parlamentar e aceitando um pedido de CALE-SE. Lembremos da famosa canção de Chico Buarque e Milton Nascimento: ‘Pai, afaste de mim este CALE-SE…”

A canção foi escrita durante o regime militar onde vigorava uma censura severa sobre a imprensa e também sobre os compositores que ousavam cantar aqueles dias de chumbo. A música “Cálice” tinha como refrão: “Pai, afaste de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue”. Mas o sentido da letra era criticar a ordem vigente de censura: “Cale-se…” Seria uma figura de construção de nosso idioma conhecida como aliteração. A inspiração dos autores vem, como se sabe, da passagem bíblica conhecida como a Santa Ceia.

PETROBRÁS (!)

A nova presidente da Petrobrás Maria das Graças Foster tem um desafio já para 2012: realizar investimentos de R$ 225 bilhões e comandar a operação Pré-Sal. Dilma Rousseff, amiga pessoal de Maria das Graças Foster, disse que a Petrobrás está em boas mãos.

PETROBRÁS (2)

A maior empresa do Brasil estava mesmo precisando de uma nova gestora para evitar o que aconteceu no último trimestre de 2011 quando a Petrobrás teve o pior desempenho entre os resultados divulgados por outras empresas do ramo. Na frente a Petrobrás ficaram: British Petroleum (BP), Total, Shell, ExxonMobil, ConocoPhilips e Chevron.

MESMO ASSIM…

O norte-americano Paulo Getty já foi o homem mais rico do mundo nos anos 50, dono da Getty Oil Trust.. Dizem que é dele a resposta dada quando lhe perguntaram quais os melhores negócios do mundo. “O primeiro – disse – é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo é uma empresa de petróleo mal administrada. Só depois vem a indústria automobilística. Hoje, dizem, o melhor negócio do mundo é o software.

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