O crime de Caxias e a nossa impunidade

O assassinato do empresário Gilson Fernandes (44 anos), do seu filho Vinicius (14), e de mais outro menino, amigo do filho, Germano Ioris de Oliveira (13), em Caxias do Sul, é um dos mais hediondos crimes destes últimos anos em terras do Rio Grande.

Foi há uma semana e, depois dele, tenho ouvido e lido muitas opiniões sobre a necessidade de se instituir a pena de morte no Brasil.

Tenho uma opinião muito clara sobre isso, alicerçada pela experiência adquirida ao longo dos anos, no exercício da minha atividade profissional e na observação de fatos da vida: vivemos num país de absoluta impunidade e esse é um dos nossos maiores males.

Há exemplos de toda a ordem, em países mais e menos desenvolvidos que o Brasil, sobre os bons resultados alcançados em países onde as penalidades impostas a infratores e criminosos são bastante mais rígidas do que essas do Código Penal brasileiro.

A começar pelo medo. Se o criminoso tem consciência de que sua vida não será nada fácil depois de cometer um assassinato ou qualquer outro crime grave, ele vai pensar duas vezes antes de praticá-lo.

Esse caso de Caxias do Sul dá muito que pensar.

Responda a esta pergunta, caro leitor: qual a pena adequada e justa para esses dois homens que não se limitaram a tirar a vida do empresário – talvez desafeto de ambos – mas também assassinaram duas criançasque nada deviam a ninguém¿.

Uma coisa é absolutamente certa: a legislação brasileira não lhes vai impor o castigo que merecem. No máximo 30 anos de prisão, com provável redução da pena, caso tenham bom comportamento no presídio.

Talvez nem isso, se forem capazes de contratar bons advogados. Lembram de Pimenta Neves, aquele jornalista então diretor de redação do jornal Estado de São Paulo, que matou covardemente sua namorada e que só foi preso há poucos dias, depois de anos e anos de liberdade¿

Sim, ele teve bons juristas a protelar indefinidamente o cumprimento da pena que lhe foi imposta.

Talvez fosse o casode pena de morte, neste crime de Caxias do Sul.

Como tenho muito medo de um castigo assim tão radical – os exemplos de injustiças cometidas ao longo da história nesta hipótese também são muitos – creio que é possível dizer sem medo de errar que os assassinos da serra gaúcha merecem pena perpétua e toda sorte de privações.

O que não pode continuar é essa absurda impunidadebrasileira.

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