Prateleiras ambulantes: comércio na rua

Projeto prevê maior regramento, disciplinae menos confusão no trânsito de Livramento

Sérgio Greno trabalha há 12 anos no centro de Sant’Ana do Livramento

No vaivém do dia a dia, abrimos portas, fechamos outras. Conversamos aqui, acolá. Quando saímos para as compras, temos como direção as lojas, os lugares demarcados onde fizemos escolhas, trocamos, destrocamos, provamos, charlamos, pagamos à vista, a crédito. Local onde conhecemos o vendedor, o caixa ou até mesmo o dono do estabelecimento. Como de praxe, muitas lojas apresentam uma variedade de produtos, logicamente, dentro do ramo a que pertence. No entanto, não é apenas no espaço físico e imóvel das lojas que temos acesso às prateleiras; elas também estão nas ruas, ou melhor, nas calçadas.

Cada qual de seu jeito, as “prateleiras de calçada” estão pelo centro de Sant’Ana do Livramento. Carteiras, relógios, óculos, cintos, chinelos, bonés, chapéus, bolsas, cuias, bombas, térmicas, chaveiros, capas de celular, entre outros itens, como capas de proteção para carros e até mesmo redes para descanso, podem ser encontradas nas “vitrines de rua”. Opções não faltam, embora muitas vezes os santanenses não encontrem nas ruas o produto ideal que desejam, seja por questões estéticas, de qualidade, de preço ou, resumindo, de gosto.

O vendedor ambulante Michael de Oliveira Azevedo, de 22 anos, acredita que a Fronteira da Paz é um lugar ideal para a venda de seus produtos, diferentemente de Montenegro (RS), de onde veio: “A população aqui é diferente da de Montenegro, lá o trabalhador de rua já é visto de outro jeito, tem um preconceito. Aqui não, até porque a cultura daqui é mais do comércio mesmo”, pensa. Nesse sentido, Azevedo credita também a popularidade das prateleiras ambulantes ao fato de não se resumirem a venda de um único artigo, ficando em um mesmo patamar que as lojas: “Sem contar a pechincha, que tu pode negociar com o vendedor, coisa que em uma loja já é mais difícil, às vezes”, diz.

Clientela diversificada

A clientela das ruas é diversificada. Santanenses, riverenses, e inclusive turistas, são clientes em potencial dos vendedores. Segundo o artesão Sérgio Greno, a presença de turistas é marcante no seu stand, localizado na Rua dos Andradas. “Os turistas vêm direto aqui, e tratamos de atender bem ao turista. Eles passam, te veem sempre e te recomendam a outros”, conta.

Para Sérgio Greno, quando falamos em informalidade, esta fica limitada à relação mais informal das ruas entre vendedores ambulantes (que não seria tanto o caso dele, já que está há 12 anos em seu ponto) e clientes. Em se tratando daquela informalidade como sinônimo de comércio de rua, Greno ressalta: “O comércio de rua não é tão informal porque, por exemplo, eu e vários colegas que trabalhamos na rua estamos todos pagando os mesmos impostos”.

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