O que o calor (não) faz

Sempre que esquenta, todo um cenário ressurge em Sant’Ana do Livramento – assim como em outras cidades: sol, calor, piscina, fuga de santanenses em direção às praias, gente comendo picolé, outros tomando sorvete, preguiça, sono, indisposição, sede, queimadas. Ah, sim, as queimadas. Basta aquecer para o fogo surgir com toda sua disposição, varrendo todo o mato que encontra pela frente. E ai de ti, leitor, se resolve ficar na frente; vai junto.

Por volta das 23h30 de quarta-feira, no Cerro do Caqueiro, próximo ao DAE, e ontem, durante a tarde, na BR-158 e próximo à antiga Swift Armour: com o calor, basta uma faísca para o fogo começar. Por mais que os bombeiros se empenhem e cumpram seu dever, em muitos casos não há muito o que fazer. Com a escassez de água, ficamos à mercê das decisões da natureza.

2012 chegou com força. As previsões do fim do mundo para o ano poderiam ser mais realistas, ao invés de vislumbrarem o apocalipse. O que estamos vendo e vivenciando é a limitação imposta pela natureza de muitas das ações que fazíamos sem pensar nas consequências. Não adianta ficar pensando que tudo vai terminar no fim do ano. Temos é que abrir os olhos para o que já está acontecendo agora. A água a mais durante o banho é o combustível que pode faltar para encher os caminhões-tanque do Corpo de Bombeiros, quando um incêndio surgir. Economizar energia também é importante. Há muito tempo vivemos a abundância e esquecemos que nossos recursos naturais são limitados e, portanto, finitos. Por mais que tudo se transforme, não conseguiríamos viver somente com a água em seu estado de vapor, ou de gelo, por exemplo. Precisamos, nós humanos, de todo o ciclo completo e em plena atividade para que nosso organismo funcione em sintonia com o grande organismo terrestre.

Na última quinta-feira, enquanto uma de nossas equipes de reportagem transitava próximo à Câmara de Vereadores, um de nossos repórteres ouviu de um pedestre que um taxista utilizava uma mangueira para banhar a grama da praça. Se o fato é verídico ou não (fica a dúvida, porque não conseguimos visualizar a situação), o que importa, no momento, é a economia. Esta não se restringe apenas à economia de mercado que tanto estamos acostumados a ouvir sobre, principalmente, pela mídia. Economizar é poupar, seja o que e onde for.

A Plateia, consciente da situação delicada pela qual nossa terra passa, para não dizer do mundo inteiro, pede aos santanenses que economizem, principalmente, água. E que, acima de tudo, cuidem para não jogar quaisquer objetos ou materiais que sirvam como faísca para incêndios em lugares secos, que estão clamando por chuva.

A missão está contigo leitor. Essa campanha não é apenas do jornal, é de todos!

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