Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012

Fumo, milho e feijão

Assinamos termo de cooperação técnica com a Souza Cruz para colocar em prática mais uma edição do programa Plante Milho e Feijão após a Colheita do Tabaco. O programa prevê o estímulo e assistência para que cerca de 28 mil fumicultores de 80 municípios gaúchos possam obter nova renda, plantando milho ou feijão na resteva do tabaco, aproveitando os resíduos da adubação que sobram na terra após a colheita do fumo. Serão semeados cerca 52 mil hectares, de onde se pretende colher 161 mil toneladas de milho e 7.200 toneladas de feijão.

Tabaco

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco e o maior exportador. O fumo é cultivado em 330 municípios gaúchos por 94.870 famílias de agricultores familiares, com uma média de 16 hectares por propriedade, que geram um Valor da Produção (da porteira para dentro da propriedade) de R$ 2.214.040.000,00 – 8% do nosso PIB agropecuário. É, portanto, uma atividade econômica e socialmente importante.

Convenção quadro e a diversificação

A Convenção-Quadro para o Controle de Tabaco (CQCT), da qual o Brasil é um dos 174 países signatários, orienta a implantação de políticas públicas que apóiem o combate ao tabagismo. Estas e outras ações têm feito que o consumo do tabaco venha caindo no mundo, o que aponta para a redução do plantio do fumo. Sem fazer apologismo ao tabaco, entendo que, pelos números acima, não podemos, de uma hora para outra, fazer com que os fumicultores abandonem a atividade, já que muitos, por várias razões, especialmente culturais e econômicas, não estão preparados para isso. Defendo que se ofereçam alternativas de renda para estes produtores que devem decidir, diante das possibilidades apontadas, qual a melhor para cada um. A diversificação é a melhor alternativa, pois impede que estes homens e mulheres sejam dependentes de uma única renda anual, sujeita aos humores do mercado e das condições climáticas, fortalecendo as economias locais e regionais.

Estiagem

Mais uma seca que, certamente, trará prejuízos irreparáveis para a economia de nosso Estado. Nesta quinta-feira reuniremos, no auditório da Fepagro, em Porto Alegre, as Câmaras Setoriais do Milho, Suínos, Leite e Aves para que possamos discutir propostas que reduzam as perdas que se estima já andem na casa dos 2 bilhões de reais. Além das ações que o Governo do Estado, executadas pelas secretarias de Obras e Irrigação, de Desenvolvimento Rural e outras, estamos coordenando a elaboração de uma proposta que visa estimular a irrigação por aspersão, com o objetivo de aumentar a produtividade agrícola do Estado.

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