Verão quente e seco faz a Fronteira ferver a 40°C de temperatura

A terça-feira foi igualmente quente, fazendo com que esta já seja considerada uma das semanas mais quentes registradas desde o início do verão

 

Para eles, as águas do chafariz do Parque Internacional representaram uma oportunidade clara de espantar o calor de 40°C sentido na cidade

Sol escaldante, termômetros marcando 40°C e a busca incessante por sombra e água fresca. Quem pode aproveitar e fugir do centro da cidade – o concreto e o asfalto ajudam a concentrar o calor – aproveita para curtir o que de melhor tem para oferecer o verão.

Quem não pode, tenta sufocar o calor refrescando o corpo e se divertindo mesmo que essa diversão se dê em uma piscina improvisada, no centro da cidade. Um dos principais cartões postais de Sant’Ana do Livramento, o chafariz do Parque Internacional, se transformou no refúgio e proteção contra o calor para um grupo de meninos, que não perdeu tempo e deu mergulhos incessantes entre risos e a satisfação particular da infância. Sem se preocupar com os olhares curiosos e ansiosos de quem cruzava pelo interior do Parque, os meninos e meninas fizeram questão de mostrar que estavam ali, na sua piscina improvisada, apenas para espantar o calor, sem querer ofender os demais cidadãos fronteiriços. Para alguns santanenses, a ação das crianças, que apenas buscaram se refrescar do calor, foi vista dos mais variados ângulos, com, e sem, aprovação da comunidade.

A família de bageenses aproveitou para descansar nas sombras do Batuva

O vídeo postado no site do Jornal A Plateia, que mostra o banho das crianças no chafariz do Parque Internacional, havia sido visto 1.007 vezes até as 19h30 de ontem. Junto ao vídeo, os comentários variados dos leitores e um debate iniciado sobre as consequências da ação.

 

Secretário

Questionado sobre o fato, o secretário de Serviços Urbanos de Sant’Ana do Livramento, Marcírio Silva, disse que este é um problema de ordem cultural. “Agora, se formos a Londres, por exemplo, vemos as pessoas tomando banho no chafariz. Na França e nos Estados Unidos isso é comum. Claro que não são todas as pessoas. Isso aconteceu com meninos de rua, que têm outra noção quanto a isso aqui na cidade. Quantos de nós, quando crianças, já não tivemos vontade de pular no chafariz? Nossos pais não permitiam, mas muitos queriam estar ali a cada novo verão. Sabemos que isso não pode ocorrer, não apenas por se tratar de um patrimônio e um ponto turístico, mas também porque há o perigo, em função do limo que existe no local. A recomendação é de que não se deixe as crianças sentarem na borda, que não se atirem objetos no

Para Liliana, Luana, Daiana, Laura e Geovana, as águas refrescantes do Batuva foram um convite ao descanso

local, e que não entrem para tomar banho. A água é trocada toda semana, e como não tem filtro e oxigenação, ela acaba esverdeando. A fonte fica um dia sem água quando limpamos. A cada sete dias, fica cinco sem água”, afirmou o secretário Marcírio.

 

Do outro lado

Enquanto alguns aproveitaram o chafariz para refrescarem-se, outros preferiram subir até um dos pontos mais altos da cidade, o bairro Planalto, e aproveitar a calmaria da terça-feira nas sombras e águas do lago Batuva.

Durante todo o dia, santanenses, riverenses e visitantes de outras cidades foram até o local, que se transformou em um dos principais pontos de encontro daqueles que optam por ficar mais perto do centro da cidade e não vão para as sedes campestres dos clubes sociais. Para o grupo de dançarinas riverenses, intitulado “As Felinas”, o local serviu como cenário para fotos feitas pelo empresário, e que poderão compor o acervo de imagens do verão. Para Liliana Ribeiro, Luana Machado, Daiana Gomez, Laura Gomez e Giovana Gomez, além do empresário George Nacho Lopes, o local é um ótimo ponto de descanso. “Optamos em vir para cá para descansar, nos preparar para as atividades que serão intensas durante o Carnaval, quando vamos dançar bastante, e curtir o verão”, disseram. No mesmo local, o bageense Volmir Silveira, 43 anos, aproveitou a sombra que pode ser encontrada de forma farta em alguns pontos do lago turístico para descansar com a família e preparar o churrasco. “Moramos todos em Bagé e viemos para Livramento para visitar parentes. Sempre ouvimos falar do Batuva e vimos algumas coisas pela televisão. Agora fiz questão de vir aqui e conhecer pessoalmente”, disse ele.

Por Cleizer Maciel

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