“É melhor fazer logo do que tentar dar jeitinho. Isso nunca funciona.” Ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, no curso de reciclagem para renovar sua CNH

AS CRACOLÃNDIAS

São Paulo, capital, tem a maior cracolândia do Brasil, mas esses redutos “livres” onde se fuma crack existem em todo o país. A verdade é que o Bem perdeu para o Mal na questão das drogas. Traficantes e viciados debocham das autoridades, algumas delas dotadas de uma benevolência com essa mancha social que só aumenta a nossa sensação de derrota diante de tanta impunidade e de tantos efeitos colaterais advindos desse trágico quadro social.

A Polícia Militar de São Paulo até que tentou acabar com a cracolândia na capital, limpando a área e dispersando os viciados e os traficantes. Com pouquíssimas prisões, a operação fracassou, pois os freqüentadores do local ainda tiveram a proteção da Defensoria Pública de São Paulo que fez divulgar uma cartilha com os “direitos” dos viciados, a saber: 1- ser tratado com educação e respeito; 2 -ficar, sentar ou deitar e reunir-se em local público, desde que pacificamente; 3- saber o motivo pelo qual está sendo abordado.

Por isso mesmo, os habitantes da Cracolândia paulista saíram pelas ruas próximas em caminhada e com proteção policial. O resultado não poderia ser mais acintoso para quem trabalha, cumpre as leis, paga impostos e ainda precisou ver aquela estranha multidão de zumbis perambulando e fumando o seu crack.

O que ocorreu em São Paulo poderia ser vir de exemplo para outras cidades brasileiras, mas como a operação fracassou, a tolerância voltou a ser sentida em favor dos consumidores de crack, o que significa que vale também para os traficantes que atuam na área.

Há quem defenda, em nível nacional, uma política preventiva para os viciados em crack como se os governos (em todos os níveis) estivessem prontos para recebê-los e tratá-los adequadamente. Se o SUS não consegue atender seus segurados que buscam consultas rápidas com especialistas, como irá se dedicar aos “craqueiros”? Os exemplos estão todos os dias na imprensa: “Mãe acorrenta filho no pé da cama, por falta de tratamento médico”.

Ninguém tem a coragem de enfrentar as cracolândias como elas deveriam ser enfrentadas: prisão para os traficantes e internação compulsória para os dependentes. Talvez esse seja o único custo que a sociedade brasileira apoiaria sem restrições, já que hoje ela paga outro custo: os assaltos patrocinados pelos viciados, a violência sem limites entre traficantes e dependentes e a perda do direito de ir e vir em determinadas áreas urbanas controladas pelo vício.

CPMF EUROPÉIA

A chanceler alemã Ângela Merkel está defendendo a criação de um imposto sobre transações financeiras para resolver os problemas econômicos da Zona do Euro. Segundo a Sra.Merkel, o imposto seria a “resposta certa” para crise. O presidente francês Nicolas Sarkozi já se decidiu pela nova tributação no seu país.

A DIFERENÇA

A idéia de um tributo sobre operações financeiras é uma criação brasileira. A diferença é que na Europa a receita irá diretamente para o cofre da crise, enquanto que no Brasil, o imposto, chamado de contribuição, que iria exclusivamente para a Saúde terminou sabe-se lá em que escaninho do governo federal.

ENERGIA SOLAR

Um projeto patrocinado por 50 empresas alemãs vai produzir energia solar a partir do deserto do Sahara. O mais difícil será negociar com o país escolhido para a captação daquela energia, abundante no deserto. Em qualquer ponto do imenso deserto sempre haverá um político corrupto pedindo o pagamento de um pedágio modelo caixa 2.

BUROCRACIA

Os cientistas do Instituto de Ciências Biológicas da UFRJ estão sem trabalho há seis meses por um detalhe bem brasileiro: a Receita Federal não liberou a importação de peças de reposição de um microscópio essencial para as tarefas científicas.

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