Quinta-feira, 05 de Janeiro de 2012

Crise da Doux

Estamos acompanhando, por determinação do Governador Tarso Genro, a crise que envolve as relações da Doux Frangosul com os pequenos e médios produtores integrados. Na verdade, este processo vem se arrastando desde 2008 e, agora, com novos atrasos nos pagamentos, volta a se agudizar. A empresa tem diversas unidades industriais no Estado. Ela é a terceira maior processadora de carne de frango do Brasil, gerando 25 mil empregos diretos no país, dos quais dez mil no Rio Grande do Sul, entre trabalhadores dos abatedouros e fábricas de rações, transportadores e produtores integrados, que se responsabilizam pela terminação de aves e suínos. O volume de negócios no ano passado foi de R$ 1,6 bilhão. Já tivemos várias reuniões com o diretor-geral da Doux no Brasil, Aristides Vogt, com a direção da Fetag, da Associação de Criadores de Suínos, prefeitos, secretários municipais, vereadores e lideranças dos produtores desde o ano passado.

Posição clara

A posição do Governo do Estado, reiterada em encontro que mantivemos nesta quarta-feira, na sede da Fetag, é clara: achamos inadmissível que os produtores banquem a crise da empresa e, por isso, somos protagonistas do movimento que visa pressionar por uma solução urgente. No Estado temos cerca de dois mil produtores integrados, 500 dos quais já teriam notificado judicialmente a empresa de que vão parar de produzir matéria prima. A paralisação das atividades traz prejuízos não só às duas cadeias produtivas, mas também à economia dos municípios e do Estado. A nossa contribuição para o desfecho deste caso está necessariamente condicionada ao pagamento do que a empresa deve aos produtores.

Aftosa, de novo

Outro foco de aftosa confirmado no Paraguai. O segundo desde setembro do ano passado. Embora não nos cause preocupações maiores, nos deixa em alerta. Reforçamos a vigilância sanitária na fronteira noroeste, na divisa com a Argentina, e vamos intensificar as ações de educação sanitária. O que nos deixa mais tranqüilo é que os produtores gaúchos estão cada mais vez conscientes, como demonstram os números da segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, destinada aos bubalinos e bovinos com até dois anos de idade, os mais suscetíveis à doença. Atingimos 95,96% de cobertura vacinal, quando os organismos internacionais indicam como recomendável 85%. Apesar de estarmos fazendo o dever de casa, é fundamental continuar fazendo o que recomendam os técnicos. Não adquirir animais de procedência incerta, manter cadastro atualizado na Inspetoria Veterinária, não transportar sem o Guia de Trânsito Animal e comunicar à autoridade sanitária quando constatar qualquer animal com os sintomas característicos, como salivação em excesso e manqueira. Não estamos livres da aftosa.

É bom recordar

Em 2000 e 2001, tivemos 52 focos de aftosa no Rio Grande do Sul. Sacrificamos 26 mil animais. O Estado gastou mais de R$ 11 milhões de reais para conter a doença. Além disso, ficamos um bom período sem poder comercializar nossos produtos, o que gerou prejuízos incalculáveis à economia do Estado.

Deputado Estadual / Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
gabinete@agricultura.rs.gov.br

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.