Ano difícil, mas com saldo positivo

Avaliação é do prefeito Wainer Viana Machado, que respondeu sobre diversos temas de governo, falando sobre 2011

“Foi um ano difícil, principalmente na questão financeira, por conta dos sequestros de recursos na ordem de R$ 2,4 milhões, em função de determinações judiciárias pelas dívidas de administrações anteriores, o que gerou despesas extraordinárias e a Prefeitura tem que pagar” – avalia o prefeito Wainer Machado, salientando que apesar da dificuldade financeira foi possível cumprir com grande parte dos compromissos assumidos e, inclusive, apresentar contrapartidas para que a Prefeitura pudesse carrear recursos. O mandatário cita, por exemplo, a dívida do Pimes, que foi equilibrada recém nesta gestão, sendo dívida de governo anterior.

“Esperamos que a receita advinda do IPTU, em janeiro, deva ser significativa. Tínhamos um orçamento de R$ 5 milhões para 2011 e pagamos R$ 7 milhões, isso, para que a comunidade entenda, significa que tivemos que, obrigatoriamente, empregar recursos que poderiam ser utilizados para investimentos. Ainda assim, mantivemos os salários do funcionalismo em dia, cumprimos com fornecedores, encaminhamos projetos para captação de recursos, enfim, buscamos manter o município fora do Cadin, tratando a coisa pública com seriedade e responsabilidade” – sintetiza, acrescentando que essa postura administrativa gera um ônus, inclusive político, pois não torna possível atender à comunidade em todos os serviços aos quais a cidadania tem direito e, com razão, cobra.

O prefeito avalia 2011 como um ano positivo em função de diversos pontos, como a possibilidade de proporcionar aos servidores um vale-alimentação, a efetiva implementação do parque eólico como empreendimento consolidado, em que a Prefeitura colaborou de todas as formas possíveis. Cita, também, as emendas parlamentares que permitiram investimentos na avenida João Pessoa até a avenida Tamandaré. E faz um comparativo: com a aplicação de R$ 2 milhões (recurso que teve que ser empregado nos pagamentos de dívidas, ampliando o orçamento de R$ 5 para R$ 7 milhões) seria possível gerar um benefício comparativamente a João Pessoa, em larguras menores de via, chegando a 14 quilômetros de recuperação de outras ruas.

A Plateia – Que análise é possível fazer da área social?

Prefeito Wainer – Considero positivo o trabalho desenvolvido. Estamos realizando um trabalho direto, por intermédio da Assistência Social com as famílias, beneficiárias do Bolsa Família, por exemplo, a fim de estimular a potencialização de atividades de geração de renda, além dos encaminhamentos para cursos diversos oferecidos gratuitamente. Temos tido, também, bons resultados nas ações dos dois CRAS (Prado e Armour), as quais estão focadas no encaminhamento e solução das demandas apresentadas pelas pessoas. A destinação de recursos para as nutrizes é um dos aspectos que podemos destacar nesse setor, com um número de atendimentos significativo, sendo 29 em novembro e 55 em dezembro. Elas recebem um valor a mais, pós-parto. Isso somente é possível em função da organização da secretaria de Assistência Social, que faz o acompanhamento a partir do cadastro. Ela recebe R$ 32,00 independentemente do estágio da gestação e, quando passa à condição de nutriz, recebe mais um valor de R$ 32,00.

A Plateia – Que leitura é possível fazer de um setor chave, a saúde?

Prefeito Wainer - Também podemos fazer uma avaliação positiva, em que pese ainda ocorrer uma série de problemas a serem equacionados. Avançamos com a parceria com a Santa Casa no pronto-socorro. Tivemos algumas melhorias, embora existam problemas. Dados técnicos apontam que é preciso triar aqueles que têm necessidade efetiva de atendimento, para que recebam atendimento. Dados técnicos, apurados ao longo dos dias, informam que a maioria das situações se dá após 21h e precisamos ver o que isso significa. Antes desse horário, o movimento é reduzido no pronto-socorro. Em relação aos postos, dependemos de gente, efetivamente recursos humanos; temos poucos servidores para atender às demandas. Há, inclusive, problema de atendimento de algumas especialidades via SUS, haja vista indisponibilidade de médicos especialistas credenciados em algumas áreas. Essas questões estão sendo resolvidas, da mesma forma que está sendo preparada a implantação do PSF – Programa de Saúde da Família. Investimos na aquisição de ambulâncias e veículos, bem como repassando recursos na parceria com a Santa Casa e as parcerias com hospitais para tratamentos e encaminhamentos, nos referenciados por especialidade. Agora, os pacientes, para quem faz a diferença, contam com uma UTI móvel para transportar a qualquer hospital de referência que seja necessário com o qual tenhamos parceria. Na fisioterapia, são 1.200 sessões por mês e 200 atendimentos odontológicos por dia.

A Plateia – Que providências estão sendo tomadas na questão de falta de traumatologistas?

Prefeito Wainer - Junto com o Secretário Municipal da Saúde, Valmir Silveira, recebemos a direção administrativa da Santa Casa; o provedor, Dr. Roberto Azevedo, a diretora técnica, Dra. Maria Helena Padilha, e a nova administradora, Dra. Ester Olson. Manifestamos à direção do hospital a nossa preocupação sobre falta de traumatologistas na rede para atender a população, e obtivemos como resposta da direção do hospital que já estão sendo viabilizados, junto aos médicos traumatologistas, meios para que eles voltem a atender os pacientes do SUS. A administração municipal está sempre disposta a ajudar, intermediar junto ao outros órgãos do governo, ou a parlamentares, no desenvolvimento das atividades do hospital, da melhor maneira possível, sempre buscando qualificar o atendimento à saúde da população santanense.

Concurso pode sair no ano de 2012


A Plateia – Uma de suas ponderações diz respeito à falta de recursos humanos. O que o governo municipal está pensando em fazer para resolver isso?

Prefeito Wainer - Estamos pensando na forma mais adequada de solucionar essa questão. Temos necessidades de gente na área de saúde e, em implementando o PSF, também será necessário pessoal com capacitação. Não apenas nesses setores, mas em outras áreas importantes da administração, a fim de que nos seja possível tornar o serviço público compatível com o desejo de atendermos às demandas da comunidade. Temos cerca de 300 pessoas sob contrato. Para 2012, vamos ter que solucionar essa questão, já em janeiro próximo.

A Plateia – No que tange a procedimentos específicos, como estão sendo resolvidos?

Prefeito Wainer - Como o sistema funciona com as referências regionais, estamos fazendo os encaminhamentos. Tínhamos uma fila de espera de mais ou menos 120 pessoas para procedimentos com traumatologistas, mais especificamente, meniscos, mas já encaminhamos, após uma nova ação específica, soluções para essas pessoas e, agora, vai reduzir a fila de espera. Peço desculpas por, talvez, algum servidor não ter tratado bem um usuário. Sempre que temos informações a respeito desse contato, tomamos providências. Nosso objetivo é bem gerir o sistema, a fim de tornar possível que a comunidade seja bem servida. Também peço desculpas se algum profissional médico inadvertida e injustificadamente faltou, mas, em relação a isso são tomadas as providências, inclusive com o respectivo desconto, se necessário.

A Plateia – Isso significa concurso público para suprir vagas?

Prefeito Wainer - Não é uma possibilidade que descartamos. Aliás, no setor público, exceto pelos contratos emergenciais e de necessidade de pessoal, é a única forma de admissão, via concurso público. Há a necessidade de serventes, rondas, profissionais liberais, entre uma série de outros profissionais de vários níveis. Mas vamos estudar com mais riqueza de detalhes e, nos próximos meses, vamos tornar pública a solução.

A Plateia – Em relação à habitação, em síntese, quais são as projeções?

Prefeito Wainer - Já lançamos, em parceria com a Caixa, várias ações nesse sentido, buscando abranger os mais diversos e diferentes setores da comunidade santanense, desde que as pessoas estejam enquadradas dentro dos critérios estabelecidos previamente pelo governo federal e, inclusive, dentro do programa Minha Casa Minha Vida, há uma série de outros planejamentos. Temos uma listagem de pessoas que participarão de um sorteio, já anunciado, as quais terão oportunidade de acessar a possibilidade, já neste início de 2012 e, a seguir, temos outras ações previstas, as quais serão tornadas públicas dentro em breve.

A Plateia – Em relação a calçamento, asfaltamento e outras ações urbanas, qual a avaliação?

Prefeito Wainer - Tivemos dificuldades muito grandes no aspecto prático, seja no que diz respeito a recursos para investimento, seja no que tange a maquinário e equipamentos, além da falta de balastro, pois só recentemente conseguimos licenciar uma balastreira. Nos projetos que apresentamos em nível federal conseguimos recursos para aplicação na avenida João Pessoa, antes disso na Hector Acosta e já temos confirmações de outras ações. A Secretaria de Obras está articulando operações tapa-buracos. Eu ando bastante pela cidade e, assim como todos os cidadãos, sei da necessidade de dar condições de tráfego, mas também tenho muito clara a condição que temos e as possibilidades, sendo justamente nessas possibilidades para carrear recursos nossas ações.

A Plateia – Como se pode avaliar a disponibilidade de microcrédito?

Prefeito Wainer -A Prefeitura de Livramento foi a primeira do Estado a ser cadastrada no Programa de Microcrédito. Livramento já operava no microcrédito e possui uma carteira de R$ 120 mil de empréstimo com mais de 50 operações. O microcrédito dá resultado e é um excelente caminho para o desenvolvimento. Temos possibilitado que pessoas que necessitam de valores considerados pequenos, tenham acesso a eles. A partir daí, vem o melhoramento dos negócios e da condição de vida.

A Plateia – No aspecto desenvolvimento, quais são os pontos evidenciáveis?

Prefeito Wainer - Realizamos diversos cursos, visando levar informação, preparação e orientação para a comunidade, pois a reclamação maior é de que não há qualificação de mão de obra. Esse foi o primeiro passo. Por intermédio de nossa agência de empregos, encaminhamos um significativo número de pessoas, mais de 500, para o projeto da usina eólica, além de estimularmos os microempreendedores, inclusive com legislação municipal específica. Além disso, temos estimulado a geração de empregos, só com agroindústrias já são 40 estabelecidas, gerando 40 empregos diretos e mais de 500 indiretos, movimentando os vários outros setores, como transporte, logística e uma série de agregados. Há também o investimento da Cuello, na área de transportes e logística. Oferecemos o icentivo, que atinge a cifra de R$ 100 mil. São 60 caminhões, 20 empregos diretos e uma significativa quantidade de outros postos, indiretos. Foi um investimento previsto para 2009, porém, adiado pela crise que se deu naquele período.

A Plateia – Mas ainda há muita carência de vagas. Como resolver ou amenizar isso?

Prefeito Wainer - Assim como muitos foram embora trabalhar, há uma significativa parcela de pessoas que estão voltando para a cidade. Temos carência de mão de obras especializada, como pedreiros, carpinteiros, armadores de ferro, entre outros profissionais. Precisamos que as pessoas também fiquem conscientes de que é o mercado que determina as vagas e não há como absorver mão de obra sem qualificação. Há vagas para atendentes, balconistas e uma série de outros setores, mas, é necessário ter conhecimento. Uma prova do aumento da absorção de mão de obra é o saldo positivo de mais de 3.400 novos PIS registrados pela Caixa Federal, o que é um dado confável.

A Plateia – Qual a frustração deste ano?

Prefeito Wainer - Sempre há, pois a gente pensa em fazer e quando frustram-se os meios, inviabiliza-se o planejamento. Se tivessemos recursos extras seriam alguns pontos efetivos, como recuperação e recapeamento asfáltico das ruas da cidade, bem como limpeza e conservação. Outro setor que precisava ser atendido é o meio rural no que diz respeito à trafegabilidade das estradas, pois é evidente que não apenas as estradas da produção, mas o abastecimento das pessoas que residem no interior também precisa ter condições plenas. Também as manutenções de passos e pontes, pois estamos trabalhando por demanda para resolver as questões pontuais, ao passo que precisamos prevenir.

A Plateia – Isso não pode ser feito em escala?

Prefeito Wainer - Ainda não. Não há gente suficiente para dar conta das áreas de pavimentação, limpeza, piche, entre outros, mas estamos avaliando sobre como proceder para dar soluções de acordo com aquilo que pode ser realizado.

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