Distribuição irregular de chuvas é motivo para reavaliar estratégias

Expectativa é de que período chuvoso seja mais intenso e parelho

Dependendo da localidade, da região do município, há maior ou menor intensidade de problemas, tanto para produtores de leite, quanto para quem atua na pecuária de corte. Os campos naturais, assim como as forrageiras anuais e perenes cultivadas de verão, como o milheto, o sorgo forrageiro, o tifton, além das lavouras de milho e de outras espécies destinadas à elaboração de silagem, estão sofrendo com o baixo volume e com a distribuição irregular das chuvas desde o início do mês deste esse período, as temperaturas também oscilaram bastante no Estado, alternando dias quentes e noites mais frias, com amplitudes térmicas que variaram entre 10ºC e 36ºC, que, acompanhadas de bastante insolação e ventos, condições características de clima de regiões desérticas, provocam grande perda de água das plantas por evapotranspiração. Assim, a atenção dos agropecuaristas gaúchos está basicamente voltada para o restabelecimento do regime normal das chuvas para minimizar as perdas de produção acumuladas no período. Conforme Dulphe Pinheiro Machado Neto, gerente técnico da Emater/RS-Ascar, a forte estiagem que, desde o mês de novembro, atinge praticamente todas as regiões do Rio Grande do Sul, e a previsão de que o volume de chuvas para os próximos três meses ficará abaixo da média no Estado, levou a Emater/RS-Ascar a mobilizar seu corpo técnico para enfrentar, ao lado dos agricultores e pecuaristas familiares, os problemas causados pelo fenômeno. O acentuado déficit hídrico tem afetado, principalmente, as culturas do milho e do feijão, que podem registrar elevadas perdas em relação às expectativas iniciais.

“Até o momento, já recebemos cerca de 2,5 mil pedidos de Proagro e, caso as previsões meteorológicas se confirmem, esse número deve aumentar. Para tanto, a Diretoria da Emater/RS-Ascar orientou seus técnicos para que priorizem o atendimento às ocorrências de perdas de lavouras por estiagem, vendavais e granizos. Os laudos periciais apresentam novidades: não estão mais previstos laudos coletivos por município nem por região, havendo a necessidade de se fazer a vistoria de cada lavoura; o agricultor que tiver mais de 60% de perdas pode concordar que não colherá o restante e abrir mão de futuras e possíveis discussões sobre o agravamento dos efeitos do evento climático, em declaração anexa. Nesse último caso, será feito um laudo único por perícia, quando for possível a comprovação de uma perda já configurada acima de 60%. Dessa forma, após esse tipo de perícia, o agricultor pode imediatamente cortar a lavoura e destiná-la à alimentação animal” – pondera.

Diante da gravidade da situação, a Emater está credenciando e capacitando seus técnicos para que eles possam executar vistorias e emitir laudos de forma mais ágil e rápida. Além disso, estão sendo realizadas reuniões em cada escritório regional para que se possa atuar de forma mais precisa, considerando-se a realidade e a peculiaridade de cada região. Foram realizadas reuniões com representantes dos movimentos sociais, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, de entidades financeiras e federações de agricultores, com o objetivo de uniformizar os procedimentos de enfrentamento do problema. A aquisição de GPS e máquinas fotográficas é outra medida que acelera o trabalho dos técnicos a campo.

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