“A possibilidade de”

Mais pessoas estiveram em Livramento na semana passada e, nesta, reduziu-se o movimento de compras nos free shops de Rivera. Constatação lógica e resultado de uma esperada e sabida realidade pós-Natal. Entretanto, continua a batida na antiga tecla – que está quase solta: salvo por eventos de cunho religioso e a feira de artesanato da Agasul, no coração comercial da Fronteira, não ocorreram mobilizações para que os visitantes permanecessem mais tempo na cidade ou conhecessem os atrativos santanenses, já que no que tange à hotelaria, pousadas (urbanas e rurais), estações de serviços e restaurantes (lancherias, etc…) são conhecidas as opções – e muito utilizadas, a ponto de aumentar significativamente o faturamento. Entretanto, no feriado, salvo alguma informação que não chegou à mídia, não havia borracharias disponíveis na cidade.

Aí, vem aquele pensamento: o que está se oferecendo para que o dinheiro trazido pelos compristas e outros turistas fique em Livramento?

Melhor a pergunta: que foco está sendo, na prática, trabalhado para provocá-los ao gasto em Livramento (afaste-se a questão free shops riverenses)?

Aliás, nos últimos tempos, em todos os gêneros, de estrutura, alimentação e eventos, que opções essenciais de lazer, divertimento, demonstração pública do talento de artistas da terra, movimentação comercial dos mercados em pequena escala, enfim, ainda são neste rincão resultado apenas de bem-intencionadas iniciativas individuais, de alguns abnegados que ainda sonham com uma comunidade com vida cultural, esportiva, social, seja da área que for, mas que seja pujante.

Nesse aspecto, nas atividades realizadas na Fronteira, há alguns quesitos que até podem ser considerados negativos, porém, a significativa maioria dos pontos é positiva, haja vista a real necessidade de lazer dos cidadãos e das famílias. O que Livramento oferece ao turista?

Sequer informação de qualidade é possível perceber que Livramento ofereça, seja ela nas mais diversas formas de comunicação. Nem pelas placas, nem verbal, nem visual. Mesmo havendo materiais disponíveis gratuitamente, sequer o básico é disponibilizado ao turista para que tenha conhecimento que pode ir à Almadén, ao Campestre, ao Topador, a um CTG; que pode conhecer diversos lugares no meio urbano e rural, tanto aqui quanto do outro lado da linha.

Há muito aventa-se a possibilidade de, mas, na prática, esta não se concretiza. “A possibilidade de” é uma síndrome do não acontecimento. Assim como a Teoria do Profissionalismo que, na prática, não passa de uma teoria, mesmo havendo disponibilidade de material humano de qualidade, mas este é um outro tema. Em se tratando de eventos, a prova mais contundente. Parece que se determinado ente social ou organização decide fazer um evento, todos decidem fazer no mesmo dia e horário, seja para dividir público ou para prejudicar o primeiro.

Em um único dia, 300 opções de eventos (exagerando-se, claro), em outro, zero. Vale observar que é um assunto complexo, pois remete a uma outra série de aspectos que precisam ser levados em consideração: eventos de concentração de público setorizados segmentam, dividem as frações de pessoas que desejam prestigiar, conforme a área ou bairro onde são realizados, atraindo, em primeira instância, os moradores. Óbvio que é ideal ter uma série de atrações, múltiplas opções de lazer, divertimento, porém, é preciso ponderar que isso deve ocorrer em uma realidade adequada.

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