Assunto chato e repetitivo

Os cidadãos ficam apavorados a partir do momento em que aumentam as notícias a respeito de acidentes de trânsito nas rodovias federais. Isso, entretanto, não é novidade, tratando-se tão somente de uma realidade muito próxima, pautada pela inconsequência, incoerência em alguns casos, excesso de confiança, entre outros elementos que compõem a realidade do cotidiano de trânsito. Há dados que comprovam: o trânsito mata mais no Brasil do que uma guerra, como a do Vietnã, travada pelos norte-americanos contra os vietcongues nos anos 70.

Mais do que isso, se observadas algumas situações nas rodovias federais que dão acesso a Sant’Ana do Livramento – e, especialmente, nas vias da planta urbana da cidade – fica evidente que a irresponsabilidade é a principal aliada das estatísticas negativas. Uma lógica que está associada a álcool, imperícia, drogas, imaturidade, entre diversas outras variáveis.

O resultado, entretanto, é a expressão pura do indesejável, mas fático. Mais ou menos como raciocinar sobre a lei de Murphy. Ou seja, se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará. Sob outra ótica: se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la”. Ela é comumente citada (ou abreviada) por “Se algo pode dar errado, dará”, “Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível” ou ainda “Se alguma coisa puder correr mal, correrá mal.”

Negativo, não?

O problema é que, quando o tema é este, não há como dissociar o negativo, pois, por mais reiterativas, chatas, pedantes, repetitivas, inaguentáveis que sejam as afirmações de alerta, as campanhas de conscientização; por mais imagens de ferros retorcidos que foram carros, motos, caminhões, ônibus; ou pedaços de carne e sangue espalhados, que foram pessoas; parece não haver resultado efetivo na cultura do trânsito. Ou seja, por mais impacto, a condição do “comigo não acontece”, ou síndrome do “eu sou mais eu” tendem a perpetuar-se nas cabeças de quem usa os veículos.

O recente acidente com a família argentina, próximo a Rosário do Sul, evidencia isso. Agora, a pergunta.

Será que caiu a ficha?

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