Mudança cultural

A cotação do dólar ainda favorável ao consumidor brasileiro, obviamente associada a diversos outros elementos, deverá transformar a fronteira nesta semana que precede o Natal em destino preferencial para milhares de pessoas. Em outras palavras: as ruas vão se tornar ainda mais movimentadas – tanto de veículos quanto de pedestres. O fato é que realmente, com a fronteira cheia de turistas que compram nas lojas do outro lado da linha, a circulação se transforma, de tendência de alta, a uma realidade crescente.

E do lado de cá?

Bem, existe a necessidade de que se faça o dever de casa em Livramento, coisa que há muito se fala. E isso vale para a sociedade, para a coletividade. Não adianta culpar este ou aquele setor, público e privado. É preciso entender que uma falha individual é uma falha da cidade. Seja no fato de lojas não abrirem as portas em função da não aprovação das proposta do Sindilojas por parte dos comerciários, seja talvez na falta de um maior investimento no marketing das empresas santanenses – e não é uma referência à publicidade, mas sim à toda logística que envolve questões visuais, o tipo de produto oferecido, a acessibilidade do consumidor a esses produtos e serviços, enfim.

Não está em foco a decisão ou mesmo a questão comercial referente à economia do município. É o conjunto que precisa ser referido, analisado, repensado. Há muito permanece uma observação: Livramento, para atuar nessa área, precisa dizer o que realmente deseja na área de turismo. Até que isso seja público, notório e trabalhado por todos, continuará a mesma situação: marasmo coletivo, inicicativas individuais com supremo sacrifício e esforço. Disparidade, em outras palavras. Parta-se do princípio elementar: isoladamente, pode-se fazer alguma coisa; em grupo, pode-se fazer muito mais, e com mais qualidade, com maior eficácia, com resultados muitas vezes melhores.

Turismo, de fato, como possibilidade de geração de emprego e renda ainda é uma realidade infinitamente distante de Livramento. Os motivos são vários e variados, seja pela inação, pela omissão, seja pelo desinteresse. Público e privado comungam dessa realidade indesejável. No âmbito comercial, a bem próxima possibilidade de criação de lojas free shop também no lado brasileiro da fronteira – e todo o valor agregado que isso pode trazer em seu rastro, como o padrão internacional de serviços e de logística. Isso ajudará o turismo e, obviamente, o próprio comércio, através de uma mudança de cultura que encaminhe para o entendimento sobre a necessidade, por exemplo, de trabalhar em turnos diferenciados, gerando assim mais vagas para os trabalhadores e mais opções para os consumidores. E, daí, para o planejamento e realização de eventos comerciais, culturais, artísticos, profissionais, enfim. A fronteira já é atualmente o destino preferido para a realização de grandes eventos profissionais. Que isso se concretize e perdure, e que os fronteiriços consigam esperar até esse dia chegar.

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1 Comentário

  1. jose maria ramos rodrigues

    parabens pela materia . o trem ta passando na porta literalmente. já ta faltando RH.

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