“Desde que não haja um episódio agudo de crise, como foi o último trimestre de 2008, a crise européia não vai ter maior impacto aqui no Brasil”. Gustavo Franco, economista, ex-presidente do Banco Central

A VEZ DO JOGO DO BICHO

A Polícia do Rio de Janeiro proporcionou aos telespectadores de todo o Brasil uma ação cinematográfica para prender os chefões do jogo do bicho. Infelizmente, os cabeças – Anísio Abraão David e Luizinho Drummond – não estavam em casa. Não é fácil de prender homens do porte dos dois bicheiros. Ambos são celebridades no meio onde vivem e suas relações com o poder são ilimitadas.

Quem os vê atuando no carnaval carioca sabe que Anísio e Luizinho desfrutam de todas as mordomias sociais e de uma impunidade que se parece com imunidade parlamentar. Eles são amigos de jornalistas, políticos, cantores e artistas da televisão e essa relação tem um perfil mafioso.

A Operação Dedo de Deus, nome da ação policial da quinta-feira, estava planejada sob rigoroso sigilo já que a Polícia queria pegar os dois chefões antes do café da manhã. Mas por essas estranhas coincidências, nenhum dos bicheiros se encontrava em casa e as autoridades se contentaram em prender a arraia miúda.

O pessoal que comanda o jogo do bicho andava tranqüilo e descansado por causa do tráfico de drogas e da preocupação da Polícia em prender o Nem e sua turma. A Operação Dedo de Deus pode ter estragado o carnaval dos bicheiros que só conseguiram escapar da prisão pela lealdade que lhes devotam uma parte corrupta da polícia carioca. Pelo menos esta é a suspeita dos policiais que comandaram a operação.

O jogo do bicho continua sendo uma “instituição nacional” que goza da mais ampla simpatia de seus apostadores. No Brasil dos anti-heróis, Anísio e Luizinho só não conseguiram – ainda – voar como o super-homem. Que ninguém duvide que mesmo sendo presos nos próximos dias, no Carnaval lá estarão eles, cercados de celebridades, com seus correntões de ouro, na tela da Globo.

DE MALAS PRONTAS

Anísio Abraão David responde a processos na Justiça fluminense, mas estava com permissão para viajar ao exterior, a partir do dia 26. Ele tinha planos de passar o réveillon em Nova Iorque. Ou em Paris.

SAUDADES DO NEM?

Os moradores da Rocinha estão assustados com os assaltos em lojas e residências. As UPPs ainda não conseguiram pacificar a área. E as vítimas dizem em voz baixa: no tempo do Nem a gente tinha mais tranqüilidade. Pode?

JADER BARBALHO

O senador paraense vai mesmo assumir sua cadeira, apesar de o PSOL afirmar que vai utilizar todos os recursos possíveis para atrasar a cerimônia. No lugar de Barbalho tinha assumido a senadora Marinor Brito, do PSOL. A volta de Barbalho reduz a bancada daquele partido a um senador: Randolfe Rodrigues, do Amapá.

NA SUIÇA

Curtindo um frio alpino, o ministro Fernando Pimentel estava na Suíça representando o Brasil na Conferência da Organização Mundial do Comércio. Os problemas ficaram no Brasil.

CAOS ANUNCIADO

Os aeroviários pretendem promover uma paralisação nacional no próximo dia 22, em plena semana que antecede o Natal, deixando antever um caos nos nossos sucateados aeroportos. Eles pedem 10% de reajuste, o que cá entre nós, uma pedida perfeitamente razoável diante dos preços das passagens aéreas.

TRAJES NOS TRIBUNAIS

O STJ determinou os trajes que podem vestir seus funcionários, advogados e visitantes. A determinação visa mais as mulheres que não deverão calçar determinadas sandális e muito menos jeans. Todos serão barrados na portaria. Mas e as ministras também serão impedidas? Elas quando estão em sessão, vestem longas togas até os pés. Quem vai impedi-las de sob as togas estiverem de jeans e de sandálias esportivas?

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