Polícia Civil conclui, hoje, 15º Curso de Inteligência e Investigação Criminal/RS

A capacitação ocorre no Quartel do 7º RCMec com participação de 45 alunos, entre delegados e policiais de três áreas regionais

Diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), delegado Emerson Wendt

Policiais civis de três regiões diferentes do Estado e militares do Exército Brasileiro estão participando, desde segunda-feira (12), da 10ª edição do Curso de Inteligência e Investigação Criminal.

O curso – promovido pela Academia de Polícia Civil (Acadepol) – tem a coordenação do diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), delegado Emerson Wendt e culmina nesta quarta-feira (14), nas dependências do 7º Regimento de Cavalaria Mecanizado-RC Mec.

Com 45 policiais participantes, entre eles delegados regionais e responsáveis por DPs, o curso com um total de 30h/aula é o 15º realizado no Rio Grande do Sul e a 10ª Edição do interior do Estado.

A qualificação conta, ainda, com a participação do delegado Thiago Benne Mann; delegado de Passo Fundo, Adroaldo Schenkel; delegado da 1ª Delegacia de Gravataí, na Região Metropolitanda, Anderson Spir e o delegado de São Gabriel, Jader Ribeiro Duarte.

Durante entrevista realizada com o coordenador do Curso, delegado Emerson Wendt, na manhã de ontem foi destacada a ideia trazida pela chefia de Polícia, justamente para qualificar os policiais que atuam nas investigações.

Entrevista

A Plateia: Qual o principal objetivo desta capacitação realizada em Livramento?

Emerson Wendt: O objetivo principal do curso é trazer os conhecimentos amplos e restritos a respeito da investigação criminal e das ferramentas que temos de inteligência e que podem ser utilizadas na investigação policial com os modernos meios tecnológicos, justamente para propiciar uma maior qualificação para a investigação criminal.

A Plateia: Que tipo de novidades a Polícia Civil tem nesta área de inteligência e investigação?

Emerson Wendt: Temos algumas ferramentas que estamos utilizando, as quais foram criadas dentro da Polícia Civil. Alguma coisa de cunho restrito, mas que acabamos disponibilizando. Na verdade, uma boa parte das questões que procuramos repassar é questão procedimental, ou seja, uma nova forma de ver a mesma coisa podendo ter um resultado maior, para uma investigação criminal e, em reflexo, para a segurança da comunidade. Então, quando falamos em repressão qualificada, é justamente trabalhar, por exemplo, a questão do pequeno traficante, sabendo que atuação dele está vinculada a outro maior e que pode, com o tempo e com a investigação centrada em dois ou três policiais, que ficam exclusivamente para isso durante seis, sete meses ou um por ano, redundar em uma grande operação policial com 30 a 40 prisões. Então desmantela-se não somente a base da quadrilha, mas toda a quadrilha, desde o intermediário, o recrutador, o contabilista da quadrilha, o encarregado pela área financeira, até o mandante.

A Plateia: Quando iniciou este tipo de curso no Estado?

Emerson Wendt: Esse tipo de curso começou este ano (2011). Foi uma ideia trazida pela chefia de Polícia justamente para qualificação. Então nós temos este repasse no aspecto procedimental da nova forma de ver uma mesma questão dos modernos meios tecnológicos para investigar, e da questão da formatação de uma grande operação. Vai desde o aspecto do início da investigação à formatação da prova no inquérito policial, a forma de estipular uma vigilância sobre o alvo, metodologia que vai ser utilizada até o planejamento da grande operação policial. Ou seja, o que é preciso, quais os meios, os recursos humanos e materiais, como é que procede no dia na execução, sempre visando a segurança da sociedade, e também buscando trabalhar na preservação dos direitos e garantias fundamentais.

O curso em Livramento abrange Delegados e Policiais de três regiões diferentes – Livramento, Bagé e Alegrete – cada região tem o seu grupo, com o total de 45 policiais participando do curso.

A Plateia: Os policiais civis já não recebem este tipo de treinamento nas academias?

Emerson Wendt: É trabalhado, sim, na Academia, mas não tão profundamente. É um curso bastante corrido, que tem muita informação repassada e muitas coisas que o pessoal não vai poder fazer em uma investigação policial, mas vai saber onde buscar o recurso. Então a gente amplia o horizonte investigativo para o pessoal que participa do curso. Eles sabem que frente a uma determinada situação, onde deverão buscar a metodologia, o recurso é para instruir a sua investigação, e isso também é fundamental, porque às vezes o pessoal de uma Delegacia pequena não tem aquilo que nós temos. Por exemplo, em Porto Alegre, como um meio diferente de investigar, ou até mesmo um policial qualificado em um determinado serviço.

A Plateia: Os setores de inteligência e investigação são as grandes armas no combate ao crime organizado, na atualidade?

Emerson Wendt: A grande arma contra o crime organizado e contra os crimes não necessariamente “organizados”, mas que proliferam-se em determinado campo de atuação, em determinado bairro, recebe o enfoque que procuramos dar, sempre baseado em um trabalho de inteligência policial.

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