Ninjajiraya megapower

A temporada pré-eleitoral já ganha novos rumos em Livramento. Alinhavam-se os acordos e conexões interpartidárias e entre os auto lançados candidatos. Salta aos olhos o que muitos estão dispostos a fazer para obter uma colocação no setor público através do voto. Há uma infinidade que mantém-se tal e qual sempre foram, não se deixando invadir pelo perfil ‘candidatístico’ – para parafrasear o extinto humorista Paulo Gracindo e seu inimitável prefeito Odorico Paraguassú. O interessante é que algumas pessoas parecem mudar completamente o perfil. Os quietos se tornam falantes; os tímidos querem chamar mais atenção do que o que se entenderia por normal. Os que antes ouviam, passam a fazer discursos entusiasmados.

É interessante observar. Muitos que nunca sequer estenderam a mão para cumprimentar outrem ou ergueram uma sobrancelha para dar atenção a seu próximo, passam a ser ‘abraçantes’ contumazes, tornam-se atenciosos extremos. Em demasia, até, diriam alguns.

Há vários perfis, mas muitas questões chamam a atenção nesse aspecto. Um que seja seco, arrogante, reveste-se de ares de humildade e utiliza diminutivos no tratamento com as pessoas. Outro, que constantemente passa em seu carro a jogar poeira sobre os transeuntes, com os vidros fechados, passa a “ser amigo”, acenando até para as estátuas ou bustos, mesmo sabendo que, por certo o Almirante Tamandaré não responderia por motivos óbvios…

O perfil da pessoa, quando na condição de candidata, muda. Isso é perceptível e comprovável. Talvez, se fosse realizada uma pesquisa mais apurada, com técnica científica, por exemplo, seria possível dimensionar a mudança. Como cobaia: o Candidato. Um ser completamente diferente de seu original. Não um clone, mas um ser que, a qualquer momento, poderia fazer coisas que ele, normalmente, não faria, transcendendo a compreensão e os limites do tolerável no grau da palavra. Mais ou menos, como dizem os guris da nova geração um “ninjajiraya megapower”, que transcende a condição de simples e normal, a partir de seu pensamento de que está eleito. Se não consegue, cai na realidade.

O candidato – ninjajiraya megapower -, enquanto detentor dessa diferenciada condição começa a ir a tudo, falar com todos, olhar diferente, ter gestos diferenciados é, talvez, mais do que um ser, uma instituição brazuca. É a simbiose entre a metamorfose ambulante de Raul Seixas, a transmutação cotidiana de Caetano Veloso. Porém, voltando a Seixas, o candidato acredita ser a personificação do que traduz a letra Gita.

Claro, não são todos assim, mas uma significativa maioria enquadra-se nessa definição.

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