Visível a olho nu
Talvez esse não seja o termo correto. Desigual. A vida é desigual por definição. É, aceitavelmente, um processo natural de desigualdades e diferenças, mas o termo ganha um outro significado quando se estabelecem dois pesos e duas medidas, contrariando preceitos basilares da sociedade e legais, estabelecidos constitucionalmente.
A desigualdade econômica (chamada imprecisamente de desigualdade social, que ela acaba por provocar) é um problema que afeta atualmente a maioria dos países, mas principalmente os países menos desenvolvidos. Isso se dá pela distribuição desigual de renda de um país. A desigualdade social vem acontecendo em todos os países e o Brasil é o oitavo país que tem o maior indíce de desigualdade social e econômica no mundo. Em relação à posição econômica entre negros e brancos, pôde-se constatar que 60% dos pobres no Brasil são constituídos por negros. Além disso, dentre as pessoas consideradas como indigentes 70% são negros. De um modo geral, de acordo com os dados de pesquisas, 39% das pessoas negras ou pardas são pobres, enquanto que apenas 28% dos brancos apresentam a mesma condição social.
Essa é a definição conceitual em escala nacional, servindo também para fazer referência aos estados federados.
Desigualdade, entretanto, está visível ao seu lado, leitor, aparecendo aos olhos de quem deseja vê-la. Está na frente de seu gramado, pedindo uma “changa”, em algum ponto de sua rua, mexendo no lixo em busca de alimentos; empurrando uma carrocinha cheia de plástico para vender à reciclagem. Está pelos bancos das praças, no solo dos logradouros públicos. Tem muitas idades e formas, fala Espanhol e Português. Bebe cachaça. Usa crack; pede esmolas, “um troquinho, tio”…
E, o pior de tudo, é que pouco pode a cidadania fazer para reduzí-la. E, quando pode, geralmente, transfere a responsabilidade (“culpa”) para outrem, principalmente “o governo” e evita de vê-la.
Embora… ela continue ali, na forma de uma criança em um banco de praça ou de um mendigo catando lixo para comer.
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