Maconha!

Incompreensível a atitude de não querer que pessoas que estejam em posse de substâncias tóxicas, como a maconha, não sejam detidas pelas forças policiais. Era justamente isso que pareciam querer os estudantes que invadiram as instalações da USP. Lógico que o caso é mais amplo e a reintegração de posse jamais poderia pressupor uso de violência por parte do Estado. Mas, nesse detalhe, um erro não pode justificar outro e vice-versa.

Com isso, fica a conclusão de que terminou a época romântica das manifestações e protestos estudantis, do pintar a cara. Apologia ao uso de drogas, em que pese se tratar de ato permissível no Brasil de hoje em função das garantias de direitos individuais, como a liberdade de expressão; do ponto de vista da possibilidade de influenciar jovens e adolescentes é inadmissível, em que pese a compreensão acerca da modernidade.

Assim como havia maconha – algo considerado até trivial nos tempos atuais -, poderia ser cocaína, heroína, crack ou quaisquer outras substâncias que, além de alucinógenas, podem causar a morte. E quem garante que não havia?

O direito às manifestações e à legitimidade de causa se perdem a partir do momento em que passam a ser usados como pano de fundo para uma desordem civil pautada pela transgressão à norma jurídica, às convenções sociais. Em sendo um protesto pela melhoria na qualidade do ensino superior, por melhores estruturas, ou seja lá o que for, legitime-se o entendimento. Protestar é um direito assegurado, manifestar-se chega até a ser um dever; porém, é muito tênue a linha entre ambos e a influência exercida sobre outrem, sobretudo no período de vida da segunda infância e adolescência. Legítima é a expressão das ideias e pensamentos, argumentos e entendimentos, bem como é vedado o anonimato.

Porém, a partir do momento em que jovens utilizam camisetas para esconder o rosto, utilizam substâncias tóxicas e pregam a intolerância em um tempo do conhecimento, fica evidente que há algo muito equivocado. Enquanto existir ordenamento jurídico, não deve prevalecer a república da maconha. Os excessos geram a perversão de uma lógica e, ao perverterem a lógica, irrompem a transgredir em vez de contestar, querendo convencer a sociedade de que, mesmo não tendo, tem razão. É como se bradassem: “maconha; maconha livre!” E, depois quisessem negar que fazem apologia, estimulam e pregam o uso de tóxicos e entorpecentes.

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