Sexta-feira, 04 de novembro de 2011

Gafanhoto na lavoura

Na semana que passou trouxemos a público a verdadeira situação da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Modelo de empresa até o início dos anos 80, se transformou ao passar dos últimos 30 anos numa empresa pública na pior concepção. Atolada em dívidas, que ultrapassam a 350 milhões de reais, deixou de cumprir com seus objetivos e hoje sangra os cofres do Estado, que somente nos últimos seis anos repassaram mais de 120 milhões de reais para cobrir seus rombos. Nem mesmo o papel de regulador de mercado exerce mais, pois possui capacidade para estocar somente 2% de nossa produção agrícola. Mas, como sua taxa de ocupação média é de 50%, aquele percentual cai para um por cento. A maior parte de suas dívidas remontam ao passivo trabalhista. São mais de 500 ações para pouco mais de 100 funcionários. Por isso, na Comissão de Agricultura da Assembléia comparei a Cesa a uma lavoura dizimada por um bando de gafanhotos.

Uma nova Cesa

Com o aval do governador Tarso Genro, estamos, juntamente com o presidente Jerônimo de Oliveira Junior, implementando um plano de recuperação. A receita é relativamente simples: cortar despesas e aumentar receitas. Para tanto, estamos propondo vender unidades pequenas, demitimos 23 funcionários aposentados que continuavam na ativa com salário médio de 10 mil reais, hortos que não utilizamos mais e buscando uma relação mais próxima com a Conab, nossa sócia. Hoje, a companhia do Governo Federal só estoca 130 mil toneladas na Cesa. Queremos chegar a 400 mil toneladas. Para a Conab, que vinha preferindo armazenar em empresas privadas, não é nada. Para nós, é muito e pode significar o salvamento da Cesa, inclusive com sobra de recursos para investimentos em modernização e ampliações. Não é uma luta fácil pois enfrenta muitos interesses difusos. Mas, fomos eleitos para fazer as mudanças necessárias para colocar o Rio Grande na rota do desenvolvimento, com transparência e absoluto respeito ao dinheiro público.

Nosso Modelo

Quando escrevo ou falo sobre a Cesa vem à memória o que fizemos no Departamento de Água e Esgoto de Bagé (Daeb), sob a coordenação da Estefanía Damboriarena. Guardadas as proporções, era quase que a mesma situação. Estrutura pesada, atrasada em seus processos, com seu quadro de pessoal formado basicamente por cargos de confiança e contratados emergencialmente, não atendia os compromissos que se espera de uma empresa pública moderna, eficiente, que fizesse retornar aos usuários aquilo que deles cobrava. Construímos um novo Daeb, profissionalizado, moderno, eficiente. O resultado foi a grande transformação que fizemos em Bagé na área do saneamento ambiental. Quando chegamos à Prefeitura, em janeiro de 2001, tínhamos apenas 30% do esgoto recolhido e nada tratado. Quando saímos, deixamols concluídas obras ou projetos com recursos assegurados para chegarmos a 80% do esgoto recolhido e tratado. E, mais, com recursos assegurados para a construção da barragem que vai resolver, por várias décadas, o problema do desabastecimento de água para o consumo humano na zona urbana. E para isso, as mudanças radicais introduzidas, que proporcionaram caixa para bancar as contrapartidas aos recursos que asseguramos junto ao Governo do Presidente Lula, foram fundamentais.

Força, Comandante

Estou, assim como a grande maioria do povo brasileiro, na torcida pela recuperação do grande Presidente Lula. Um dos melhores presidentes do País, homem que construiu uma grande História, vai sair desta com a mesma garra o fez vencer na vida e se transformar em exemplo para todos na vida pública. Força, Comandante Lula. Estamos contigo em mais esta luta.

 

Deputado Estadual / Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
gabinete@agricultura.rs.gov.br

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