Educação autêntica

PROFESSOR X ALUNO é um “binômio” essencialmente vinculado, assim, por exemplo, como pai e filho, ou seja, um supõe o outro: quando dizemos “professor”, implicitamente, evocamos a existência do aluno e vice versa. As referências ao professor dirigem-se, “ipso facto”, ao aluno que recebe de seu professor as orientações em todas as dimensões da vida, o que se chama EDUCAÇÃO, cuja etimologia latina significa conduzir de baixo para cima, de nível inferior a um superior (do latim: EDUCERE). Deste modo, todas as instruções ministradas em aulas, desde as primeiras letras até às faculdade maiores, não têm outras funções senão formar integralmente a pessoa humana no âmbito dos autênticos valores, a iniciar nos princípios da fé, da moral e da ética, colocando na sociedade indivíduos responsáveis, isto é, que saberão corresponder aos apelos do divino Criador, exigências estas, fundamentais para uma vida digna.

A escola formará aqueles futuros pais de famílias que, tão logo iniciadas, terão condições de serem os primeiros mestres de seus filhos, antes de os entregarem aos professores que darão continuidade à educação recebida no berço maternal. Daí, a necessária e premente importância da integração entre pais e professores. São irresponsáveis pais que levam seus filhos à escola, pensando desincumbirem-se dos compromissos educacionais para com eles, atribuindo todo o peso aos professores, descurando, destarte, a paternidade responsável, documentada pelo Papa Paulo VI, na Enciclíca HUMANAE VITAE,e na Carta do beato João Paulo II às famílias, além de outros pronunciamentos. Os pais colherão os frutos das sementes lançadas… Como consequência de deficiente educação, temos exemplos concretos na sociedade hodierna: jovens indolentes, drogados, passivos de todas as maldades e desregramentos, desconhecedores de princípios e normas, porque não conheceram limites na iniciação da infância.

Em outro nível, a análise dos volumosos processos de criminalidade em nossa Pátria têm ressonância profunda na faculdade optativa e, mesmo, supressiva do ensino religioso nas escolas. Quem não percebe esta realidade? Quando a Religião tinha acesso aos educandários com aulas de religião, a criminalidade era bem menor do que ,hoje, constatamos. A Igreja Católica sempre esteve atenta neste sentido da promoção humana, através da educação religiosa em todos os setores educacionais, atingindo, outrossim, as universidades, a respeito das quais o beato Papa João Paulo II, na Conferência de Puebla, em 1979, ressalta em seu pronunciamento, que a ”Universidade Católica deve ser formadora de homens realmente insignes por seu saber, dispostos a exercer funções comprometidas na sociedade a testemunhar sua fé ante o mundo (GE, 10). Finalidade que hoje é indubitavelmente decisiva . À formação científica dos estudantes convém acrescentar, pois, uma profunda formação moral e cristã, não considerada como algo que se acrescenta de fora,mas como um aspecto integrante da Instituição Acadêmica. Trata-se de promover e realizar nos professores e nos estudantes uma síntese cada vez mais harmônica entre fé e razão, fé e cultura, fé e vida. Deve-se procurar esta síntese não só em nível de pesquisa e ensino, mas também em nível educativo-pedagógico”. Outra observação que o Papa faz é ”que a Universidade Católica deve ser um ambiente onde o Cristianismo seja vivo e operante… Isto supõe, entre outras coisas, uma revisão da figura do professor, que não pode ser considerado unicamente como simples transmissor de ciência, mas também, e , sobretudo, como uma testemunha de vida cristã autêntica”. Evidentemente, todos, professores e alunos, são chamados para uma colaboração consciente e responsável, livre e generosa pelos destinos do bem comum da sociedade, que é amor, justiça, harmonia e paz. Dentre inúmeros propagadores da boa leitura, lembremo-nos da feliz sentença de São Francisco Borja, nascido em Gândia, Espanha ,em 1510 , cuja memória é celebrada a dez de outubro: ”A leitura de bons livros e piedosos é o primeiro passo para uma vida santa”.

Pe. Hermes da Silva Ignácio.

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