Incidência de Doença Renal cresce entre brasileiros

Hoje é o Dia Municipal de Combate e Prevenção à Doença Renal

“A incidência da doença vem aumentando durante os últimos anos e a estrutura para o seu tratamento não cresce nas mesmas proporções, levando a um aumento dos casos fatais entre pacientes crônicos”. Neste Dia Municipal de Combate e Prevenção à Doença Renal, o presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, Dr. João José de Freitas, aponta que levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia mostrou um aumento de 38% na mortalidade nos últimos dez anos. Hipertensão não tratada é uma das causas do problema. No Brasil, mais de 90 mil pessoas fazem hemodiálise.

“A maioria das pessoas só descobre a doença renal crônica quando os rins já estão paralisados, em uma emergência médica ou na UTI”, registra. Nesse momento, não é mais possível lançar mão de procedimentos que evitariam a progressão da doença. Dotar o sistema de saúde de uma abordagem preventiva é um desafio que permanece sem enfrentamento no sistema de saúde do País.

Ainda segundo Freitas, em 10 anos o Brasil registrou um aumento de 38% na taxa de morte de doentes renais crônicos. “Essas pessoas dependem de uma máquina que substitui a função dos rins (hemodiálise) para sobreviver”, complementa.

Em 2000, dos 46.547 mil doentes que faziam diálise, 7 mil morreram (13%). Em 2010, o número de doentes tratados foi para 92 mil, com 16,5 mil mortes (18%). Os dados são de um censo feito pela SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) e levado ao Ministério da Saúde. Foram avaliadas 340 clínicas de diálise, 53% do total.

Prevenção

Para o nefrologista Dr. João José de Freitas, presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, a política de prevenção da doença renal inexiste no governo. “Há imensa dificuldade de convencer os detentores do poder a alocar recursos na prevenção”, analisa.

A maioria dos pacientes tem hipertensão ou diabetes – doenças que, sem tratamento, evoluem para a insuficiência renal. Há 10 milhões de pacientes com doença renal no Brasil. A grande maioria não se sabe portador da doença. “São surpreendidos pela indicação de diálise quando a doença está em estágio avançado”, observa Freitas. O tratamento desta situação é um dos que mais pesam no orçamento do Ministério da Saúde. São gastos R$ 2 bilhões anuais 4% do orçamento.

Dr. Freitas conta que é comum a chegada de pacientes renais nas emergências que nunca foram acompanhados na rede básica de saúde, “eles já estão com os rins paralisados, com anemia e insuficiência cardíaca”.

Em geral, os pacientes sem acompanhamento prévio não têm a via de acesso por onde a hemodiálise será feita. O procedimento é necessário para deixar a veia do braço com mais calibre e, assim, fornecer um fluxo de sangue adequado para ser filtrado.

Sem isso, é preciso usar cateter, o que aumenta o risco de infecções e trombose. “Com cateter, a taxa de mortalidade é quatro vezes maior”, explica o médico. O impacto emocional também é grande. “De uma hora para outra, a pessoa descobre que terá de mudar a vida radicalmente, fazer sessões de diálise três vezes por semana. É um choque.”

Mobilização para prevenção

A ONG Alô Rim Livramento promove, nesta sexta- -feira, a 2ª Mobilização para Prevenção da Doença Renal Crônica. No evento, desenvolvido no Núcleo de Estudos Fronteiriços (avenida Duque de Caxias, em frente à Praça General Osório), das 14h às 18h, serão disponibilizados exames gratuitos de Creatinina e glicose, verificação de pressão arterial e distribuição de material informativo. Participam da iniciativa os laboratórios Dr. Pio, Dr. Bolívar e Medlab, a Farmácia Guimarães, a Secretária Municipal da Saúde e a Cardio Nefroclínica.

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