“O ministro Orlando Silva foi de uma maturidade muito grande”. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República

SINA GAÚCHA

Tudo indica que perdemos mais uma montadora de veículos, a Volkswagen, que optou por Pernambuco, diante das vantagens objetivas oferecida aos alemães. Parece que o RS não tem mesmo um perfil atrativo para empresas do porte de uma montadora. A GM por aqui vai se configurar como exceção a confirmar essa triste regra econômica.

Não é de hoje que perdemos investimentos no segmento de montagem de veículos. No início da década de 70 perdemos a Fiat para Minas Gerais e a montadora italiana estava chegando ao Brasil para enfrentar GM, Ford e VW, então localizadas no ABC paulista.

A Fiat, como qualquer outra empresa, queria benefícios fiscais e o RS, altivo, orgulhoso e soberbo, negava-lhe incentivos enquanto o governo de Minas prometia – e dava – tudo o que a Fiat queria. E lá se foi a empresa italiana para Betim. Hoje, a planta industrial de Betim é a que mais produz veículos da marca no mundo.

Depois, no final dos anos 90, governo Britto, o RS conquistou a GM para a Gravataí e, a exemplo de Betim, o município gaúcho, antes irmão gêmeo de Viamão, já se tornou quarta potência econômica do Estado.

Bem, aí veio a questão da Ford, em Guaíba, e o desinteresse do governo Olívio pela mesma, negando os incentivos fiscais que a Bahia apressou-se em oferecer à montadora. Hoje, produzindo em Camaçari, a Ford qualificou o Estado que a recebeu, dando-lhe um perfil industrial que os baianos se orgulham muito.

Pela forma como tratamos novos investimentos, dificilmente o RS conquistará uma nova montadora de automóveis. Chineses e coreanos, de olho no mercado latino-americano, buscam áreas para instalar suas fábricas e o RS não aparece nas preferências deles.

Gosto de lembrar uma brincadeira que fez o jornalista Justino Martins (diretor por muitos anos da extinta revista Manchete, nosso conterrâneo) definindo o sonho do gaúcho que era “ser cavalo ou avião da Varig”. A Varig também não existe mais e resta-nos apenas o cavalo. Este magnífico espécime animal – até ele! – também ficou meio desmoralizado quando Porto Alegre permitiu o uso de carroças em nosso caótico trânsito.

É bem verdade que na Região Metropolitana há muitas “montadoras” de carroças e com elas vieram os “sistemistas” fabricantes de arreios, varais, relhos, ferraduras e outros implementos para uma carroça ser zero quilômetro. Nossa sina é essa mesma e estamos conversados. 

JÁ FOI TARDE (1)

Enfim, caiu o ministro Orlando Silva. E caiu tarde, por que sua saída do Ministério do Esporte não esgotou a crise instalada na pasta. A própria presidente Dilma Rousseff deveria tê-lo demitido no final da semana passada, seguindo adiante na Teoria da Faxina.

JÁ FOI TARDE (2)

A abertura de inquérito no STF contra o ministro acelerou a demissão, mas a ação já perdeu o seu efeito por questão técnica. O foro privilegiado no STF não vale mais para um ex-ministro.

JÁ FOI TARDE (3)

A questão das denuncias de desvio de verbas para ONGs fantasmas torna-se um caso político para o governo que precisa esclarecê-las o mais rápido possível. Orlando Silva, culpado ou não, deu segmento a um programa do PCdoB que era o de administrar as verbas do programa Segundo Tempo, aparelhando o ME.

VAI SENTIR

Orlando Silva vai sentir agora o que é voltar para a planície. Faltarão convites para festas, ágapes regados a vinhos estrangeiros e até mesmo ingressos para grandes eventos como shows e decisões no futebol. Sem falar no cartão corporativo e carro com motorista.

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