Exemplos de como persistir e perder peso

A Plateia falou com um especialista e ouviu histórias de quem não desistiu e venceu a luta contra a balança

A obesidade ou pessoas acima do peso é um cenário cada vez mais frequente na cidade e em todo o Brasil.No último censo, a capital com maior número de crianças na faixa de 13-14 anos obesas, era Porto Alegre, com 20,1%.

Em Livramento, a obesidade é um caso acompanhado passo a passo pela equipe de nutricionistas da Prefeitura, que tem como coordenadora a nutricionista Carmen Padilha Ortiz, responsável pela Coordenação Geral de Política de Alimentação e Nutrição na Saúde Municipal em Livramento. Na cidade, o controle é feito nas nove unidades básicas de saúde, e todas as crianças com sobrepeso são pesadas, medidas e a coordenação mantém um cadastro para acompanhamento dessas famílias.

Segundo Carmem, o alerta se intensifica, pois a obesidade é 8 vezes maior do que a desnutrição nas crianças, por isso também deve ser encarada como uma questão de saúde. A mudança de hábitos alimentares deve ser o primeiro passo para cuidar da saúde.

PALAVRA DE ESPECIALISTA 

A Plateia falou com o especialista endocrinologista Carlos Bayard Rodrigues. Confira:

A Plateia: O que é obesidade e sobre peso?

A obesidade é decorrente de um excesso de peso. O excesso de peso é calculado por meio de tabelas de índice de massa corporal. Existem tabelas para crianças e para adultos. Sempre que as crianças, independente da idade, ultrapassarem a margem de 97 percentil no peso, ela é considerada uma criança obesa. E desde então ela já deve fazer tratamento para emagrecer, também independente da idade.
O adulto, que a partir da puberdade se usa a tabela de índice de massa corporal clássica, onde se faz a divisão do peso pela altura ao quadrado, sempre que estiver com o índice acima de 30, ele também é considerado obeso. A obesidade deve ser tratada, pois ela sempre vai trazer consequências.

A Plateia: Quais as consequências mais comuns?

As consequências mais precoces ou prematuras que aparecem num indivíduo obeso são hipertensão, diabetes, além dos problemas ósseos e articulares, casos clássicos que a obesidade provoca. O sobrepeso, que é o índice de massa corporal entre 25 e 30, muitas vezes deve ser tratado porque é uma maneira de prevenir a obesidade e também sob o ponto de vista estético a pessoa está fora daquele nível de peso ideal. Quando tratada, a pessoa passa a ter uma vida mais tranquila e saudável.  

A Plateia: Tem alguma doença específica que cause a obesidade?

Está comprovado por meio de pesquisas médicas, que a obesidade causada por meio de enfermidades não passa da margem de 3%, assim, quase sempre, a obesidade é o desequilíbrio entre o que se come e o que se gasta. Depois da obesidade, aí sim outras doenças podem aparecer no indivíduo.
Muitos pessoas têm o mito de que a tireoide seja responsável pela obesidade. Ela não é um fator de obesidade, porém favorece o ganho de peso, porque pessoas com hipotireoidismo têm o metabolismo mais lento e por isso ela queima menos calorias, fazendo com que a pessoa tenha facilidade para engordar e dificuldade para emagrecer, mas definitivamente, a tireoide não é a causa da obesidade.

A Plateia: O acesso para médicos especialistas pelo SUS é mais difícil?

Existem muitos poucos especialistas endocrinologistas, principalmente na rede pública, mas considero que qualquer médico tem condições de tratar da obesidade, pois muitas vezes é um trabalho multidisciplinar, se valendo também da participação de nutricionistas, psicólogos, para tratar de comportamentos e distúrbios alimentares. A própria atividade física é uma parceria multidisciplinar nessa questão. 

A Plateia: Qual o primeiro passo para um tratamento?

Os fatores básicos para tratamento seriam fazer um diagnóstico de obesidade, verificar se não há nenhuma disfunção, apesar de serem extremamente raras. Em segundo lugar, a pessoas deve fazer dieta, pois ela é que faz a pessoa emagrecer. Não existem drogas milagrosas que fazem emagrecer, as drogas ajudam no processo, mas associadas a uma reeducação alimentar e uma atividade física. 

A Plateia: Como o senhor vê o cenário de Livramento?

O cenário da obesidade na cidade é como o cenário global, cada vez mais pessoas acima do peso e sem tempo para atividade física. No estado, cerca de 30% da população está acima do peso. 

FERNANDA GONZALEZ: FORÇA E DETERMINAÇÃO 

Fernanda Gonzalez, 28 anos, perdeu cerca de 70kg apenas com a mudança de hábitos alimentares e atividade física. Fernanda é paciente do médico Carlos Bayard e conta que em 19 de maio do ano passado decidiu mudar de vida.

Fernanda pesava 144 kg e procurou o consultório do médico. Quando descobriu que não sofria de nenhum tipo grave de doença que causasse o sobrepeso, que era tudo apenas uma questão hábito alimentar, Fernanda decidiu agir. Apenas seguindo a dieta do médico, cortando certos tipos de alimentos e fazendo uma atividade física, em menos de um ano a jovem se tornou outra pessoa.

Fernanda disse que cortou o doce de vez, frituras e o pão. Mês a mês, Fernanda perdia peso sem fazer qualquer tipo de cirurgia,e conseguiu. Fernanda adotou mais frutas, legumes e alimentos leves e mesmo com todo o difícil começo de tratamento, não desmotivou. Mesmo com a ajuda da drenagem linfática e a massagem modeladora, cuidados que não trazem nenhum tipo de intervenção cirúrgica, Fernanda teve muita força de vontade, persistência que resultou na perda de 70 kg e um novo visual.

Sobre o caso de Fernanda, o médico Carlos Bayard disse que foi uma união da determinação da paciente com um acompanhamento dedicado e são poucos os casos em que uma pessoa consegue perder tanto peso sem a necessidade de uma cirurgia.

 ANA CAROLINA - QUERER É PODER

 

Ana Carolina Fagundes é uma jovem de 25 anos de idade. Ana pesava 83 kg e um dia revendo suas fotos pensou, “eu poderia perder peso, cansei do meu figurino, quero experimentar outras roupas”. Ana perdeu 22 kg em dois meses e conta que recebeu a ajuda da família.

A jovem procurou uma nutricionista, fez uma dieta e hoje se sente muito melhor. É tudo uma questão de mudança de hábito. Ana comentou que adorava pão e doce de leite, hoje esses alimentos não fazem parte do seu cardápio, apenas o pão, mas na forma integral.

Ana cursa Pedagogia e disse que se sente feliz em olhar para o espelho e poder vestir as roupas que desejava. Na academia, o começo foi complicado, pois tinha vergonha de usar os equipamentos, porque todas as mulheres na academia já eram magras, mas não desistiu. Hoje, ela pesa 65 kg, e diz que ainda espera perder mais peso.

GÉSSICA MINUSSSI - “TUDO COMEÇOU POR QUE QUERIA USAR UM VESTIDO”

Géssica tem hoje 18 anos e decidiu que mudaria de vida em 2012. “Eu estava conversando com amigas sobre o que usar na Formatura do Colégio, foi daí que percebi que não iria poder usar um vestido legal porque eu estava muito acima do peso.Foi quando decidi mudar”. 

Géssica contou que chegou em casa e no mesmo dia foi com a mãe para um supermercado comprar frutas, legumes e massa integrais, além disso, cortou carboidratos, doces e refrigerantes. “Não esperei chegar a segunda-feira”, disse rindo. Géssica ainda fez a dieta da sopa, a dieta da água, mas foi cortando o refrigerante, os lanches da tarde, as frituras e o doce que a fez perder 17kg e poder usar o vestido que queria na formatura.

Géssica também procurou um médico, fez exames, mediu os índices de colesterol e hoje continua fazendo academia. Como as demais, Géssica disse que ainda pretende perder mais peso e que vale a pena deixar certos alimentos por uma vida mais saudável.

Para uma pessoa com 88 quilogramas de massa e 1,89 metros de altura, teremos:

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