Quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desafios da bacia leiteira

Estivemos reunidos, na semana passada com a Câmara Setorial do Leite, importante setor de nossa economia primária. No Estado temos pelo menos 120 mil produtores de leite. Na pauta três temas fundamentais para o desenvolvimento do setor. A campanha que lançaremos, a partir de experiência piloto desenvolvida no Alto Taquari, de erradicação da brucelose e da tuberculose foi uma delas. Outra, foi a implantação do Programa Dissemina, de melhoramento genético e, por último, o movimento que estamos fazendo junto ao Governo Federal para manter a cota de importação de leite em pó da argentina em 3,4 mil toneladas mês, ao invés dos 4,5 mil toneladas que pleiteiam os argentinos.

Preservar a produção brasileira

Queremos, ao defender a manutenção daquela cota, que vigora desde 2009, mesmo reconhecendo a importância da integração do Mercosul, preservar a produção local, especialmente neste momento de valorização do real, em que a produção argentina, neste caso, entra no País com preços inferiores aos nossos custos de produção. Estamos conversando com representantes do Governo Federal, especialmente do Ministério da Agricultura, em Brasília, para defender nossa posição. 

Melhorar a genética

Já com o Dissemina, que prevê a distribuição de sêmen para os médios e pequenos produtores, a partir da reativação da Central Riograndense de Inseminação Artificial (Cria), que retomamos para o controle do Estado, buscamos o melhoramento genético do rebanho leiteiro gaúcho e, com isso, aumentar a produtividade.

Acabar com a brucelose e a tuberculose

E, com a campanha de erradicação da tuberculose e brucelose, vamos investir forte na sanidade do rebanho, tendo como meta a eliminação destas duas doenças, visando a produção de leite de qualidade superior, que obtenha uma remuneração melhor.

Aumentar a produtividade

Mas, o que mais nos preocupa são os índices de produtividade. Se compararmos a produção média de uma vaca gaúcha, de 2.335 litros/ano, com a de uma argentina, de 5.183 litros ano, teremos a idéia do tamanho do desafio. Mas estamos preparados para enfrentá-lo e contribuir para que o Brasil, que tem uma média de produtividade de somente 1.363 litros/vaca/ano, possa se constituir no maior produtor mundial de leite, desbancando a Índia, que hoje produzem poucos mais de 108 bilhões de litros/ano. Para tanto, se chegarmos a produtividade argentina, quase quatro vezes superior a nossa, já teremos superado a produção americana indiana.

O papel do Estado

O Governo do Estado trabalha, para isso, em duas frentes. Uma na Secretaria da Agricultura, onde desenvolvemos as ações aqui elencadas, e outra na Secretaria do Desenvolvimento Rural, com o programa Leite Gaúcho, calcado fortemente na extensão rural, via Emater. Temos o apoio dos demais elos da cadeia produtiva e estamos trabalhando em sintonia. Precisamos melhorar a qualidade genética e a sanidade, qualificar o manejo, aumentar a oferta de alimentação, fazer com que a pecuária leiteira deixe de ser uma fonte de subsistência e passe a ser atividade principal nas mais de 120 mil propriedades gaúchas que a exploram. E que seja administrada com modernidade.

 

Deputado Estadual
Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
gabinete@agricultura.rs.gov.br

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.