“Vivo um linchamento público sem provas”. Orlando Silva, ministro dos Esportes, em depoimento no Senado

SEM CONDIÇÕES

O ministro do Esporte Orlando Silva não tem mais condições de permanecer no governo e tudo indica que será forçado a pedir demissão. Três novos fatos complicaram ainda mais a vida de Orlando Silva, desde que foi alvo de denúncias por parte do PM João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB e presidente de uma ONG beneficiada com recursos do ME.

Por decisão da presidente Dilma Rousseff, Orlando Silva não será o interlocutor do governo nas negociações da Copa de 2014 e na tramitação da Lei geral da Copa no Congresso Nacional. Dilma determinou o afastamento do ministro depois da reportagem da revista Veja e do noticiário decorrente que foi para toda imprensa nacional.

Outro fato que deixou o ministro fragilizado foi a aprovação da convocação de João Dias Ferreira para depor na Câmara na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Antes, a mesma proposta fora recusada sob o pretexto de que “um bandido” não deveria se apresentar na Câmara. Como João Dias Ferreira esteve reunido com parlamentares da oposição e vazou a informação sobre “um depoimento estarrecedor” prestado pelo policial militar, a presença dele para depor terminou sendo aprovada.

O último episódio que fechou a pressão sobre o ministro ocorreu nesta quarta-feira quando o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou que vai pedir a abertura de inquérito no STF para investigá-lo. Quando Orlando Silva estava depondo no Senado, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) anunciou a decisão de Gurgel. 

O pedido de abertura de inquérito pelo titular do MPF ao STF deixa transparecer que as denúncias contra o ministro não são apenas um “linchamento público”, mas uma evidência que o procurador Roberto Gurgel também viu sinal de fogo na fumaceira que envolve as possíveis irregularidades no Ministério do Esporte.

Na mesma sessão, o senador Inácio Arruda tentou dar a notícia como uma ação protocolar do MPF, alegando que o pedido de uma investigação tinha partido do próprio Orlando Silva. “Não é o procurador que está tomando a iniciativa”, disse o senador cearense do PCdoB.

O senador Pedro Tacques (PDT-MT) não aceitou a singeleza da explicação de Inácio Arruda. Tacques é procurador e explicou que existe uma jurisprudência no STF sobre a liberdade que tem o MPF de arquivar um caso se não forem encontrados indícios. O senador Pedro Tacques foi bem claro: “O procurador-geral pode tomar dois caminhos. Primeiro, arquiva internamente, ou, pode seguir o segundo caminho (abertura de inquérito) se entender que existem indícios”.

Por denúncias iguais ou menores, outros ministros foram forçados a pedir demissão. Todas as apostas em Brasília conduzem à demissão de Orlando Silva. O Ministério do Esporte do Brasil adquiriu uma importância pelos eventos que vai administrar (Copa e Olimpíada) que não pode ficar nas manchetes negativas enquanto orlando Silva estiver na sua titularidade.

DENÚNCIA ESTARRECEDORA

Segundo o deputado ACM Neto (DEM-BA) o “depoimento de João Dias é estarrecedor”. ACM Neto que esteve na reunião com o policial militar disse aos jornalistas que Dias “trouxe detalhes e informações que não constam na imprensa e demonstram a existência de provas materiais inegáveis contra o ministro e todo o seu ministério”

FÁBRICA DE JOGOS

Um fábrica de jogos de xadrez e dama, em Conceição do Jacuípe, na Bahia, recebeu R$ 9.815.365,70 para o projeto “Pintando a Cidadania”. A verba para a fábrica significou três vezes o que a Prefeitura local recebeu do governo federal para programas sociais. A entidade que administra a fábrica é presidida pelo professor de línguas Alírio Dantas de Azevedo Filho, militante do PCdoB.

MANUELA IRRITADA (1)

A deputada comunista Manuela D’Àvila está irritada com o noticiário que sugeriu um possível envolvimento dela com verba da Secretaria de Esportes do município de Alvorada. A “denúncia” partiu do ex-diretor da Secretaria, Márcio Taylor, que já foi militante do PCdoB.

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