Reflexão sobre a Copa

Falta um mês para o primeiro chute da Copa do Mundo de 2014. O Brasil tem razões efetivas para querer jamais ter sido o eleito para sediar o evento. Ainda que a Copa seja exitosa, as partidas e a movimentação de torcedores ocorram sem incidentes e mesmo que o balanço final seja positivo, continuará a pairar a dúvida: valeu a pena?
No presente, a determinação em ser país-sede gerou mais problemas do que os possíveis benefícios que levaram o ex-presidente Lula a requerer a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 para o Brasil.
Em tese, o Mundial teria a missão de reforçar a imagem do país como potência emergente diante do mundo, mas percebe-se um atestado da dificuldade dos brasileiros em planejar e executar dentro do prazo. Não é isso que vem acontecendo? Infelizmente, culpa dos próprios brasileiros!
Na história nacional, futebol sempre significou a corrente para frente, a união e identificação do povo. Agora, é o rastilho de pólvora de protestos tardios e batalhas campais entre manifestantes e a polícia.
Ocorreu, perceptivelmente uma divisão política: entre os que desejam o sucesso da Copa e os que torcem por um desastre, não por que estejam indignados com o dinheiro gasto na construção de estádios ou achem ridículo tanto barulho em torno do futebol, mas por que acreditam que o sucesso e o fracasso poderão influenciar o resultado das eleições. É uma constatação triste, porém inevitável: se o partido do governo fosse outro, muitos dos críticos da Copa estariam calados, e muitos dos que hoje defendem o evento sairiam às ruas para protestar.
Ou seja, existiria vice-versa.
Porém, o grande problema é que a Fifa exige, suga e nada contribui. Busca a mídia só para se isentar, preventiva e covardemente, de qualquer relação com eventuais problemas durante a Copa brasileira. A Fifa rejeita a paternidade de um eventual fiasco, algo que faz com que a molecagem tenha tomado conta da Federação, ao tentar se eximir de responsabilidade por suas decisões, de forma indelicada e até mesmo preconceituosa.
Nem a oposição no Congresso, nem os adversários da presidente Dilma Rousseff (PT) são tão críticos, tão ácidos, tão agressivos quanto a Fifa.
Mas seria preciso lembrar que não se trata de uma questão de governo e sim, de Estado.
Se a Copa for um lixo, o Brasil será assim entendido. Queiram os contrários ou não. Queira oposição ou não.
Se a Copa for grandiosa, o Brasil será assim entendido. Queiram os favoráveis ou não. Queira situação ou não.
Ataques arranham a credibilidade do governo, sim. E, mais, do Brasil. Dilma está em situação difícil, sim, mas a hoste desrespeitosa é para com todos os brasileiros.
Nisso, oposição e situação deveriam se unir para dar uma resposta enérgica dos que têm voz ativa na sociedade. Alguém, neste país de 202 milhões de habitantes, deveria ter a coragem de levantar a voz e colocar a Fifa em seu devido lugar. A Fifa não tem moral para manter a irritante postura de superioridade que seus dirigentes fazem questão de demonstrar, quando o assunto é Brasil.
Também há denúncias de corrupção. Sim! Na Fifa. A mais recente é a acusação de compra de seus dirigentes para a escolha do Catar como sede da Copa de 2022.
Só para começar.
È preciso pensar. A Copa é do Brasil, não da Dilma! Nem do PT, nem da situação! Do Brasil!

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