Maconha, que mal tem!?

Desde quando começou a proibição do uso da maconha, uma grande maioria de países não reviu sua legislação sobre o uso da droga para uso pessoal, embora mais de 10 países tolerarem ou terem descriminalizado o uso ou o seu cultivo em quantidades moderadas pelo governo. O uso medicinal da maconha é legal em países como o Canadá, a República Checa e Israel.
O Brasil e o Uruguai, mais especialmente a região de Livramento e Rivera, vivem uma situação inusitada, fronteiras irmãs possuem legislações diferentes e todos sabem o questionamento a que se resume tudo isso: brasileiro pode fumar do outro lado? Bom, a bem da verdade, quem quer, fuma em qualquer lugar. No Brasil, existe um falso decoro quanto ao tema e muitos apoiam abertamente o consumo da droga. 
Depois de tantas discussões, só consigo chegar a mais questionamentos sobre o tema: que mal tem? Quem ganha com a legalização ou criminalização? A maconha é a vilã da história ou é só vítima de toda uma rede de interesses, dinheiro e violência que a envolvem? Quem ganha com a venda dessa erva centenária? 
No Brasil, a droga é proibida, contudo, milhares de jovens fazem uso da erva e conseguem levar suas vidas adiante e de maneira correta, muitas autoridades inclusive já admitiram ter usado maconha quando no início da juventude. Fernando Henrique, ex-presidente do Brasil, admitiu ter experimentado a droga, no entanto, formou-se, foi político e isso não o tornou um temido traficante. Até que ponto a droga transforma um ser de usuário para traficante, bandido, marginal? Será que é a droga a responsável? Será a origem da erva? Ou será o meio social, o convívio e o desequilíbrio familiar que constrói jovens revoltados com a vida e, conhecendo o mundo das drogas, depositam nelas toda a sua criatividade e se tornam temidos e violentos traficantes?
No Brasil a política é proibir, mas será esta a única opção para a reestruturação de vidas laçadas por essa substância? E depois, será opção de resgate, a vivência de anos numa casa de dependentes onde usuários são tratados e medicados com outras drogas?
O que nos diferencia da realidade sentida por nosso país vizinho, que está em processo de legalização da droga, permitindo o cultivo e a comercialização da erva inclusive em farmácias? Essas são perguntas que muitos fazem, mas a confusa realidade brasileira ainda não permitiu responder. 
O Brasil possui um cenário de grande violência, e o mundo das drogas o acompanha, em razão da proibição maconha, ela inevitavelmente se associa a esse mundo marginal e ganha a roupagem de pertencer ao mundo do crime. Muito parecida com o cigarro no seu consumo, ela se torna uma isca fácil para introduzir o vício de substâncias mais pesadas e abastecer uma rede de crimes onde os próprios jovens consumidores são vítimas também.

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