“A CPI é a forma de investigar a fundo, de ouvir a todos e juntos construir a imagem do Parlamento”. Deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, sobre as denúncias no Ministério dos Esportes
AS APARÊNCIAS ENGANAM
Se as manchetes atuais da imprensa pudessem ser reportadas para 1950, num túnel do tempo, os leitores ficariam estarrecidos. Como dois grandes cantores do rádio – Orlando Silva e João Dias – estavam se acusando de corrupção? Por que fatos escabrosos com o dinheiro público envolviam dois grandes ídolos da música popular brasileira?
O cartunista e humorista Carlos Estevão (também da mesma época), da revista O Cruzeiro, se encarregaria de explicar tudo: as aparências enganam. Assim se chamava uma página que o cartunista editava mostrando sempre dois quadros. Um trazia desenhos em forma de sombra, sempre assustadores. Outro, com traços normais, mostravam a realidade ingênua de alguma cena cotidiana, um equívoco para quem julgava apenas pelo cartum sombreado.
Pois, agora, estamos apenas diante daquelas coincidências inexplicáveis. O PM de Brasília João Dias Ferreira faz acusações graves contra o ministro dos Esportes Orlando Silva. João Dias e Orlando Silva, nos anos 50 (século passado) encantaram milhões de fãs espalhados por todo o Brasil.
Orlando Silva era chamado de “o cantor das multidões”, apelido carinhoso que lhe foi dado pelo locutor esportivo Oduvaldo Cozzi. João Dias, não menos famoso, era o “príncipe da voz”, porque o título de o “rei da voz”, pertencia a Francisco Alves, morto carbonizado num acidente de carro, em 1952, na Via Dutra.
Outra coincidência é que Francisco Alves foi o responsável pelo lançamento artístico de Orlando Silva e João Dias, levando-os às emissoras de rádio do Rio de Janeiro e servindo-lhes de padrinho.
Bons tempos aqueles em que Orlando Silva e João Dias eram inocentes sinônimos de talento musical, os quais apenas hipnotizavam seus admiradores pelas ondas do rádio.
JOGO DE CENA? (1)
Deu para ver na sessão desta terça-feira na Câmara dos Deputados que o ministro Orlando Silva tem muitos admiradores entre os partidos do governo. Dois parlamentares se destacaram em elogios ao ministro: Protógenes Queiroz (PSol-SP) e Afonso Hamm (PP-RS).
JOGO DE CENA? (2)
O Ministério dos Esportes tornou-se um dos mais importantes do governo Dilma por força da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. PT e o PMDB estão de olho nesta pasta.
NA REDE
Já está na internet um vídeo onde o ministro Orlando Silva rasga elogios à ONG Prá Frente Brasil, presidido pela sua correligionária do PCdoB, a vereadora Karina Valéria Rodrigues, de Jaguariúna, SP. A tal ONG é a que gastou R$ 10 milhões só em lanchinhos para a garotada do programa Segundo Tempo.
MALDADE (1)
A PepsiCo, produtora do Toddynho, voltou a abastecer as gôndolas dos supermercados gaúchos com o achocolatado que intoxicou dezenas de pessoas. Os consumidores olham a grande quantidade de embalagens de 200 ml, mas ninguém põe Toddynho no carrinho de compras.
MALDADE (2)
A mais recente denúncia contra PepsiCo ocorreu em Joinvile (SC) quando uma dona de casa descobriu um camundongo seco dentro de um pacote de Baconzitos, da Elma Chips. Já tem apelido para o salgadinho: Ratonzitos.
PROTEÇÃO
O PM João Dias Ferreira também movimentou a imprensa como o ministro Orlando Silva. O policial militar autor das denúncias contra o ministro dos Esportes esteve com deputados oposicionistas fazendo novas ameaças. Ele revelou que solicitou o Ministério da Justiça proteção policial por temer algum atentado contra sua pessoa e familiares.
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