Greve: seu direito, e onde fica o meu?

Desde o mês de março, funcionários de Universidade Federais em todo o Brasil deflagraram greve por melhores condições de trabalho e efetivação de outros direitos, além de questionarem por reajuste nos vencimentos.
Com isto, milhares de alunos estão sendo prejudicados e correndo o risco de ficarem, mais uma vez, sem aulas. A greve no Brasil ainda é um tema que levanta bastante discussão, porém a greve dentro do funcionalismo público é ainda mais interessante.
Enquanto trabalhadores comuns são tolhidos em muitos de seus direitos e não podem agir ou reclamar, trabalhadores do serviço público reclamam de barriga cheia. Assim poderia ser definido o sentimento de muitos alunos que estão tendo prejuízo no atendimento e serviços imprescindíveis dentro da universidade.
Muitos alunos que diariamente frequentam as aulas na rede pública de ensino universitário, são trabalhadores, muitos acordam às seis da manhã, muitos vão ao escritório ou à loja trabalhar de segunda a sábado, muitos se dirigem para os caixas de supermercados e batem o ponto no relógio para garantir ao fim do mês um salário mínimo.
Esses mesmos alunos e ao mesmo tempo trabalhadores, estão sendo sacrificados e prejudicados no serviço público prestado dentro da universidade como: biblioteca, matrículas, processos acadêmicos e outros, por uma categoria de servidores públicos que, em sua grande maioria, acordam pela manhã e vão para dentro dum ambiente universitário trabalhar tranquilos e sem a preocupação de um chefe ranzinza, de um colega invejoso, de serem demitidos no fim do mês ou coisa parecida e mais, recebem todo mês um belo salário,no mínimo superior a dois ou três salários mínimos.
Enquanto muitos no Brasil se permitem trabalhar em condições insalubres e com o mínimo dos mínimos de direitos, outros se valem de sua condição de “concursados” e evocam mais e mais direitos sem sequer pensarem na essência de sua função. Afinal, para que prestaram concurso público? Não leram o edital? Será que é preciso prejudicar milhares de outros brasileiros sem sequer oferecer um atendimento mínimo dentro do órgão público?
Onde está o direito de aula, o direito de fazerem suas matrículas estes milhares de alunos? Onde está garantida a oportunidade de frequentarem a biblioteca de uma faculdade? É lastimável que no Brasil um cidadão tire o direito de outrem de receber um atendimento, apenas porque aquele se sente insatisfeito com suas condições de trabalho, ademais ela não é a pior do mundo.
Na realidade, muito poderia se discorrer acerca deste assunto, contudo o espaço não nos permite, aliás permite fazer um último questionamento: você ganha salário federal e acha pouco? Você tem seu horário de trabalho respeitado e acha pouco? No Brasil, segundo pesquisa do IBGE, em janeiro de 2014, existe mais de 1 milhão de desempregados que gostariam de estar no seu lugar. Ainda acha pouco?

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