A dependência do Bolsa

Não. Não se trata de uma corruptela bem humorada da frase pronunciada por alguém de origem europeia, muito menos germânica. O Bolsa é o programa Bolsa Família que recebeu um reajuste de 10%.
O reajuste de 10% no programa de transferência de renda Bolsa Família, anunciado pela presidente Dilma Rousseff na última quarta-feira, custará aos cofres públicos 1,7 bilhão nos sete meses restantes de 2014, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Para o ano de 2015 a estimativa é de que o reajuste custe 2,7 bilhões.
Com o aumento, o parâmetro para considerar a situação de extrema pobreza de uma pessoa, passou de R$ 70 para 77. Isso significa que a família beneficiária do programa terá que ter renda per capita maior que os R$ 77, contabilizando na conta os ganhos com o trabalho. Segundo o Ministério, o valor inicial, adotado em 2011, é o mesmo que a Organização das Nações Unidas usa para os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, de US$ 1,25 por dia por cidadão.
O benefício variável pago por gestante, criança ou adolescente até 15 anos de idade sobe de R$ 32 para R$ 35, até o limite de R$ 175 mensais por família. Já o benefício variável vinculado ao adolescente até 17 anos passa de R$ 38 para R$ 42 mensais, até o limite de R$ 84 mensais por família.
Por mais que não seja, realmente, uma realidade, não há como deixar de pensar que se trata de um ano eleitoral e que Dilma é candidata à reeleição.
As críticas virão, mas é preciso entender que o programa Bolsa Família, por tempo determinado, é um mal necessário para que as pessoas que estão abaixo da linha de pobreza, possam comer, pelo menos. É essa a grande questão. Resgatar quem nada tem.
Entretanto, é preciso que fique claro que deve haver sucessão, ou seja, quem já utilizou do benefício por tempo determinado, recebeu possibilidades, formação, conseguiu galgar a escala social, recuperando a condição de prover ou alcançando-a.
Recorde-se que um dos mais críticos da situação brasileira, o jornal britânico Financial Times afirmou que o reajuste no programa federal Bolsa Família, anunciado pela presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, é “populista” e o “mais agressivo contra ataque contras as tentativas da oposição em diminuir sua forte liderança nas pesquisas”.No artigo publicado na quinta-feira, o jornal diz ainda que os 10% de aumento no programa social, que “beneficia quase um quinto da população”, “excede a inflação oficial, em torno de 6%”. Segundo o Financial Times, o programa de transferência de renda é a marca dos 12 anos do PT no poder.
A matéria cita ainda a última pesquisa de intenção de votos para presidente, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em que Dilma caiu de 43,7% em fevereiro para 37% em abril. Aécio Neves (PSDB), subiu de 17% para 21,6% e Eduardo Campos (PSB) de 9,9% para 11,8%. Por fim o artigo lembra o movimento feito por parte da base do governo para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja o candidato do PT na próxima eleição, no lugar de Dilma.
Esse atrelamento é inevitável, por isso a necessidade de revisar o programa Bolsa Família, a fim de que sua importância não se perca de todo, pois realmente é reconhecível que tirou da miséria muita gente.
Entretanto, como já dito, não pode servir como dependência, nem para os cidadãos que o usam, nem para os governos que o mantém.

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