Presidente da Associação dos Camelôs afirma que não vai sair da avenida João Pessoa dia 12

Afirmação foi feita durante entrevista ontem na RCC, cuja síntese está nesta matéria, iniciando contagem regressiva até o prazo dado

O presidente da Associação Santanense de Camelôs, Marco Antônio Andreolli, não economizou discordâncias, ontem, à reunião realizada em 30 de abril, capitaneada pela juíza Carmen Lúcia Santos da Fontoura, em que a magistrada reiterou o prazo para que seja feita a realocação dos camelôs.

Marco Antônio Andreoli, presidente da Associação dos Camelôs

Andreoli foi enfático ao afirmar que ele não vai deixar sua banca na avenida João Pessoa, junto à praça General Flores da Cunha em 10 ou 12 de maio. Com os vereadores Germano Camacho e Carlos Nilo Pintos ele participou do programa Canal Livre, da RCC FM.

Questionado se a entidade que preside descumpriria a ordem judicial de retirada, respondeu que “ninguém vai sair dali, não vamos sair dali para ficar em casa de braços cruzados”. Questionando: “vamos viver de quê?” Também argumentou que o dinheiro que está sendo captado pelos vendedores junto ao Programa Gaúcho de Microcrédito não é a fundo perdido.

“Desse dinheiro tem que pagar R$ 300,00 por mês e as pessoas vão viver de quê? Custaria dar mais 3 meses para a Associação? Depois que fui cerceado no direito à palavra, eu a procurei e disse: “doutora, confie em nós”. Ela disse que não confiava. Disse eu: “mas, doutora, a senhora nunca nos deu confiança, a senhora nunca nos ouviu, nós nunca pedimos nada para a senhora” – repetiu Andreoli.

Ele afirma ver com muita apreensão a data de 12 de maio. “Eu respondo por mim, não respondo pela associação, eu não vou sair dali, é o local que mantém a minha família, que me dá dignidade. Eu posso responder por mim, porque não posso dizer o que as outras pessoas vão fazer”.

Os dois vereadores abordaram sua participação, ressaltando que como representantes da comunidade tiveram o objetivo central de ajudar no encaminhamento dos camelôs ao programa de Microcrédito do governo gaúcho. Por meio dos gabinetes dos legisladores é que foram realizados os trâmites para que os trabalhadores tivessem acesso aos recursos do programa a fim de investirem nas novas bancas.

Germano Camacho Mendes, vereador do PTB

O vereador Germano Camacho disse que estaria sendo procurado o Executivo, para que o prefeito Glauber Lima providenciasse uma solução. “Acredito eu que jamais os trabalhadores vão querer confronto, porque aí fica bem mais difícil. Não tem como confrontar porque é uma decisão judicial. Vamos buscar com o Chefe do Executivo. Saímos da audiência e fomos na Prefeitura, o prefeito estava na Campereada e não pudemos falar com ele, mas orientei o presidente da Associação para buscar junto ao Executivo uma solução, porque os trabalhadores não vão poder ficar sem receber os seus lucros, seu faturamento, pois eles terão um financiamento, com juro baixíssimo, mas terão que pagar” – disse Camacho.

“Não poderão ficar em um local onde não tenha cliente. Tem que ser em um local central, como Rivera fez. O intendente conseguiu na Justiça um local para que os trabalhadores continuassem fazendo suas vendas e colocou-os no Parque Internacional, enquanto era construída a nova estrutura” – argumenta Camacho. O petebista afirma que não há como seguir o que disse a juíza, pois a obra do camelódromo não é uma casa, não havendo possibilidade de construir uma parte enquanto a outra trabalha.

 

Carlos Nilo Coelho Pintos, vereador do PP

Carlos Nilo Pintos disse que por bem ou por mal os camelôs terão que sair no prazo. “Vamos buscar a solução com o Executivo, mas é bom que se faça uma discussão. Se formos levar o exemplo da desocupação de praça, hoje dos camelôs, ao pé da letra, nós temos muitas questões, temos muitos locais a desocupar em Livramento e não só com os camelôs. Então, vale o exemplo, sim, nós só estamos fazendo tudo isso por muitos anos de omissão do Poder Executivo e a juíza tomou uma decisão. Acho que a decisão dela poderia dar mais prazo, até poderia, mas é uma questão dela e não minha. Não vou entrar na questão de poder da juíza, não me cabe. Mas temos que dialogar muito mais sobre os problemas sociais em Livramento” – disse.

 

 

 

 

 

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