Trabalho!

Hoje é feriado. Não é um dia comum. Remete a lembrar de luta, violência, história e todo um conjunto de elementos que o passado dá a conhecer. Para muitos é apenas o dia da folga, da viagem, cá no Sul, do churrasco, ou da Campereada. Para outros, dia de ficar livre do patrão chato, do chefe irritadiço ou mesmo da pilha de burocracia. Trabalhadores do mundo inteiro vão às ruas para comemorar o 1° de Maio, Dia do Trabalho, uma praxe que ocorre nesta data anualmente. Em Livramento não será diferente. A partir das 14h desta quinta-feira, estarão no Parque Internacional várias reperesentações sindicais com a finalidade de marcar a passagem da data.
Por mais incrível que pareça até mesmo no que tange a organizações de trabalhadores, há cisão, divisão. Tome-se o exemplo da maior capital da América Latina: São Paulo. Lá, segundo as informações, as duas principais centrais sindicais, CUT e Força Sindical, promovem eventos separados que contarão com a presença de autoridades, artistas e sindicalistas. Ou seja, cada qual faz sua festa e – como diria o finado Crioulo dos Pampas em uma de suas hilárias músicas: “nego bom não se mistura”. CUT e Força Sindical são egressas do mesmo embrião, mas hoje, em alguns pontos do país, são adversárias.
Uma observação interessantes em relação ao tema do evento da Força Sindical em São Paulo, que por certo vai propagar pelo resto do país, será o mote Avançar na Democracia com Desenvolvimento Social, ao passo que a Central Única dos Trabalhadores terá como principal ponto de batalha, a luta pela jornada de 40 horas semanais sem redução de salários, pelo fim do Fator Previdenciário e diversas outras reivindicações.
Na prática, são atos políticos e, nas grandes capitais, assim como no interior, assim funciona.
Enquanto isso, percebe-se, por exemplo, realidades esdrúxulas no Brasil Grande. Ainda há trabalho escravo, há trabalho infantil, há trabalho de forma indevida. Falta fiscalização permanente do trabalho, como ocorre aqui mesmo em Sant’ Ana do Livramento, haja vista que não existem no Ministério do Trabalho fiscais residentes em Livramento que possam atuar aqui a qualquer tempo. Equipes de fiscalização são deslocadas de outros municípios para realização dessas ações.
Isto posto, há muito ainda a avançar, muito mais do que possam supor as centrais ou forças. A essência do trabalhador ainda não esmoreceu sua luta, independente do lado que escolha permanecer.
É preciso avançar e esse avanço virá, com seriedade, pois também é nada menos do que trabalho.
Trabalho sério e comprometido com a realidade e não com bandeiras individualistas.
Trabalhador em todas suas categorias e profissões e mesmo aqueles que ainda não têm uma profissão legalmente estabelecida, mesmo aos “changueiros” ou “fazedores de bicos”. Tudo é trabalho. Desde que lícito e decente, rendam-se homenagens.
Não apenas hoje.

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