Colapso de todos os dias

Ontem Livramento viveu um colapso em função da falta de telefonia e internet. Em um município sequer onde existe o 3G de fato, real, utilizável, de um país que detém a telefonia e a internet mais caras do planeta, é compreensível permanecer por algumas horas sem falar ou teclar. O tema é reiteradamente motivo das mais diversas críticas e, na prática, não reverte em soluções. Ligações em chamada que são repentinamente interrompidas sem que exista qualquer motivo lógico, a não ser sistema para que isso ocorra. Da mesma forma, conexões de dados se interrompem, repentinamente surgem mensagens de que há recados na caixa postal sem que o proprietário do aparelho deseje, fazendo com que seja acessado esse serviço – normalmente tarifado – no apertar de uma tecla.
Não obstante o que aconteceu ontem, que foi um colapso pontual, entretanto a cada dia, torna-se mais perceptível que as deficiências dos serviços não foram sanadas. Mais do que a questão de consumo, é preciso focar no elemento tecnologia e sua relação com o custo-benefício. Seguindo-se essa lógica, permanece pendente de solução a facilidade condizente com a expectativa do consumo pressuposta a partir da aquisição de determinado serviço.
Há a questão do vencimento dos créditos comprados, algo que é legal, mas não reflete o direito de consumo. Determinadas operadoras estabelecem prazo para que os créditos comprados pelo consumidor, usados ou não, sejam extintos. Ou seja, prevalece a vontade da operadora e não a do aquisitor, pois a partir do momento em que ele compra os créditos, passa a possuir o direito de utilizá-los. Isso é lógico, mas não é ele quem, na prática, escolhe até quando poderá usá-los. Deverá fazer uso dos mesmos dentro do tempo estabelecido pela operadora. Não usou, perdeu. E ponto.
Existe a questão sobre a informação de saldo dos pré-pagos, muitas vezes cobrados em centavos por algumas operadoras. Não terá o consumidor o direito de conhecer quanto tem à disposição para uso, sem ter que pagar por isso a cada vez que consulte? É outro ponto discutível.
Passa-se à questão de internet. Normalmente, os planos oferecidos em quantidade de megabytes disponibilizados é inferior àqueles que, na prática, estão disponíveis, percebendo-se clara disparidade entre o oferecido para a venda e o serviço prestado. Ou seja, vende e cobra por determinada quantia de MB ou GB (gigabytes), porém não possibilita que o consumidor utilize por completo, baseado no raciocínio de que esses MB ou GB são compartilhados (quando alguns estão usando, outros não estão) e daí a oscilações significativas na efetividade ofertada.
A listar as instabilidades e gargalos, certamente, seriam necessárias várias outras linhas para uma narrativa completa. É a antítese daquele pagode antigo “ Liga pro meu celular…”

 

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